Por Manuel Robles Sosa
A vice-presidência da organização, Yovana Mendoza, negou a esse respeito uma declaração recente da Procuradora Nacional, Patricia Benavides, que na semana passada foi repudiada em uma visita a Ayacucho por manifestantes que a acusaram de ser cúmplice do que chamam de massacre de dezembro de 2022.
“Já se passaram oito meses e exigimos que a investigação seja acelerada e o Ministério Público apresente as denúncias” aos autores e responsáveis pelas mortes, no prazo da lei de investigação, que está prestes a expirar, alertou o dirigente. Acrescentou que o procurador responsável pelo caso das 10 mortes registrado em Ayacucho viu os vídeos que mostram como civis desarmados foram mortos nas proximidades do aeroporto que tentavam ocupar, em protesto contra a posse da presidente Dina Boluarte.
“Ele viu quem, como, onde atiraram, por isso expressamos nosso descontentamento ao Procurador Nacional quando ele veio há alguns dias”, disse.
Por outro lado, Gloria Cano, advogada da Associação de Direitos Humanos (Aprodeh), disse que a promotora de direitos humanos fez um bom trabalho em Ayacucho, mas os familiares argumentam que as investigações diminuíram com a decisão de Benavides de criar um grupo escritório especial com sede em Lima para investigar todas as mortes.
Cano destacou que a situação é pior na região de Apurímac, adjacente ao sul de Ayacucho, onde dois promotores só chegaram ontem devido a problemas com a equipe especial.
Acrescentou que, diante do iminente cumprimento do prazo de oito meses estabelecido para investigar as mortes registrados nas regiões de Ayacucho, Apurímac, Puno e Cusco, os promotores certamente terão mais tempo.
Afirmou que os advogados dos familiares solicitaram que a promotora de Ayacucho, por seu conhecimento e habilidade nas investigações, seja incluída como apoio em todos os casos, o que Benavides aceitou verbalmente, mas não concordou com a medida.
Enquanto isso, grupos de direitos humanos observaram que a investigação aberta pelo Ministério Público contra a presidente Boluarte e vários de seus ministros e ex-ministros por genocídio, homicídio qualificado e outros supostos crimes também está paralisada.
A demora, indicaram, se deve à recusa dos advogados do presidente em permitir que o Procurador-Geral da República participe do interrogatório de Boluarte, que aguarda ventilação no Judiciário. mem/mrs/ls