As Cortes Gerais (Parlamento) iniciam nova legislatura amanhã quinta-feira e o primeiro ponto relevante será a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, cujo titular ocupará o terceiro cargo político mais importante do país, depois do rei Felipe VI como chefe de estado; e o Presidente do Governo.

A priori, os separatistas do Junts por Catalunya têm a chave e, para deixar claro, seu principal líder e foragido da justiça, Carles Puigdemont, exigiu da Bélgica “fatos verificáveis” em troca do indispensável apoio de seus sete deputados para a investidura do próximo presidente do Governo espanhol.

Embora amanhã ainda não seja votada a alternativa de investidura escolhida pelo soberano após reunião com os grupos parlamentares, a posse do Congresso dos Deputados marcará o primeiro confronto direto entre esquerda e direita.

Não podemos avançar nacionalmente com base em promessas feitas por aqueles que sempre as quebram, então fatos verificáveis são necessários antes de acontecer qualquer votação, disse Puigdemont no Twitter.

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) vai propor a ex- presidenta das Baleares Francina Armengol para liderar a Câmara dos Deputados, que conta com o aval do chefe do Executivo e secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez.

A nomeação de Armengol juntou-se a outras notícias que, como seria de esperar, careciam de confirmação. Sánchez indicou que comparecerá à posse para ser reeleito como chefe do Governo, para o que precisa do apoio de diferentes facções parlamentares.

A ideia, em todo caso, é formar uma maioria progressista no Congresso dos Deputados, para o que precisam do apoio dos pró-independência das Junts por Catalunha.

Sánchez enviou uma mensagem ao conservador Partido Popular (PP) de que “não é hora de pressionar o Chefe de Estado” nem de cabalas mágicas para tentarem a eleição.

Por sua vez, o líder do conservador PP, Alberto Núñez Feijóo, se reunirá em breve com seus deputados e senadores, assim como a segunda vice-presidente e líder do movimento Sumar, Yolanda Díaz.

De acordo com notícias da imprensa, o porta-voz do PP no Parlamento, Cuca Gamarra, será o candidato deste partido à chefia da liderança da Câmara dos Deputados.

Há outras forças, como a do presidente das Canárias, Fernando Clavijo, que defende uma presidência do PNV do País Basco, algo que EH Bildu, da mesma comunidade autônoma, rejeita categoricamente.

Armengol foi deputada no Parlamento das Baleares, ministra do Conselho da Ilha de Maiorca, legisladora no Congresso dos Deputados e a primeira mulher presidente da Comunidade Autónoma das Ilhas Baleares em 2015, cargo que revalidou em 2019.

Se vencer nas votações, substituirá Meritxell Batet, socialista da Catalunha.

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