Sua presença no fórum do Brics na África do Sul de 22 a 24 de agosto, a convite do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, colocará a Bolívia novamente no cenário global, de acordo com o ministro das Relações Exteriores, Rogelio Mayta.
Ele confirmou que, em 12 de junho, Arce enviou uma carta aos cinco líderes do bloco, na qual expressou a disposição da Bolívia de participar do bloco.
Mayta esclareceu que esse é um processo complexo e que a presença do estado plurinacional no fórum sul-africano não significa adesão imediata.
Acrescentou, entretanto, que a solicitação já expressa reflete o desejo da Bolívia de contribuir ativamente para os espaços de diálogo político no mundo, para novos enfoques de integração com soberania.
O chefe da diplomacia boliviana reafirmou que o fortalecimento dos laços com os Brics reflete a vontade de diversificar os vínculos com o mundo inteiro.
Essa parceria econômica e comercial intergovernamental informal de cinco países em rápido desenvolvimento busca o objetivo de desenvolver o diálogo e a cooperação multilateral.
Os Brics representam mais de 20% do PIB global e 42 pontos percentuais da população mundial.
Uma possível integração da Bolívia significaria aumentar a estimativa da maior reserva de lítio do planeta, com 23 milhões de toneladas do metal, cuja demanda cresce diariamente em meio à transformação energética pela qual a humanidade está passando.
Nas próximas 72 horas, representantes desses países se reunirão em Johanesburgo sob o tema “Brics e África: Parceria para Crescimento Mutuamente Acelerado, Desenvolvimento Sustentável e Multilateralismo Inclusivo”. Esse bloco se destaca por suas iniciativas em favor de uma nova governança global e de uma arquitetura financeira multilateral, daí o interesse das economias emergentes em aderir a essa estrutura.
Fontes do governo sul-africano estimam em 23 o número de países que expressaram oficialmente seu desejo de participar do Brics.
São eles: Argélia, Argentina, Bangladesh, Bahrein, Belarus, Bolívia, Cuba, Egito, Etiópia, Honduras, Indonésia, Irã, Cazaquistão, Kuwait, Marrocos, Nigéria, Palestina, Arábia Saudita, Senegal, Tailândia, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Vietnã.
De acordo com os anfitriões, a reunião contará com a presença de líderes internacionais, como o Secretário-Geral das Nações Unidas, o Secretário-Geral da Comissão da União Africana, o chefe do Novo Banco de Desenvolvimento e os presidentes e executivos-chefes das comunidades econômicas regionais africanas.
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