Falando aqui na 15ª cúpula desse fórum, o dignitário pediu “complementaridade, solidariedade, inclusão, consenso, cooperação mutuamente benéfica, respeito pela soberania e autodeterminação dos povos”.
Pediu que “o multilateralismo horizontal predomine, buscando garantir que a presença e os interesses das economias emergentes desempenhem um papel decisivo no cenário internacional”.
Em seu discurso, o presidente destacou que a expansão desse grupo de países permitirá que as nações acessem os mercados internacionais sem a necessidade de comprometer sua dignidade, sem condicionalidades políticas, sanções ou intimidação militarista.
“Acreditamos firmemente que a incorporação da Bolívia ao BRICS seria mutuamente benéfica, devido à concorrência em áreas estratégicas como energia, recursos naturais, agricultura, produção de alimentos para exportação, ciência e tecnologia”, disse o chefe de Estado.
Acrescentou que essa etapa trará novas abordagens de cooperação, financiamento e investimentos estratégicos em infraestrutura essencial para a integração, dada a posição geográfica privilegiada da Bolívia e seu status como a principal reserva de lítio do mundo.
Com relação a esse metal, ele reiterou que a Bolívia está procurando parceiros estratégicos para sua exploração, sem o que aconteceu no passado com a borracha e o estanho, que sob as condições do imperialismo só deixaram o país na pobreza.
Arce observou que os Brics são cada vez mais influentes economicamente em um mundo que evolui para a multipolaridade, com uma preponderância baseada na economia real com bases sólidas na produção e na industrialização.
Segundo ele, isso está ligado ao respeito pela natureza e pela Mãe Terra, e é por isso que a Bolívia quer fazer parte dessas mudanças.
Referindo-se ao Modelo Econômico Produtivo da Comunidade Social (Mescp) implementado por seu governo, ele destacou que, embora seu país seja uma economia de renda média e em desenvolvimento, conseguiu manter um crescimento constante e estabilidade econômica com justiça social significativa na América Latina e no Caribe.
Arce encerrou seu discurso na quinta-feira com um convite aos Brics e à comunidade internacional para participarem das comemorações do bicentenário da Bolívia, em 6 de agosto de 2025, dedicadas à consolidação do que ele chamou de “segunda independência” com soberania total.
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