Na véspera, Díaz-Canel foi premiado por Geingob com a “Ordem da Mais Antiga Welwitschia Mirabilis”, a mais alta condecoração da Namíbia.
Anteriormente, o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, também havia recebido esta relevante comenda.
Ao recebê-lo hoje na State House, o presidente namibiano escreveu na rede X (antigo Twitter): “nossa casa é a sua casa. Na Namíbia consideramos os cubanos como nossos irmãos e irmãs”.
Durante as conversações, Geingob recordou os laços históricos que unem os dois povos e destacou a atual cooperação de especialistas cubanos na Namíbia em áreas como a medicina, entre outras.
Da mesma forma, denunciou o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba, que impede inclusive a compra por Cuba de insumos médicos no mercado norte-americano.
“Que crime Cuba cometeu para ser sancionado desta forma?” Geingob se perguntou.
Por sua vez, o presidente cubano destacou que a visita tem um significado especial, entre outras razões porque a atual geração de líderes cubanos se define como uma continuação da Revolução, e isso inclui a solidariedade com os nossos irmãos, incluindo o fortalecimento da nossa amizade com a Namíbia, o seu governo e o seu povo.
Díaz-Canel ratificou também a vontade de continuar e reforçar a cooperação com esta nação africana, e aumentá-la nas esferas da construção, tecnologia da informação (incluindo inteligência artificial, robótica e segurança da informação), e também na cultura e esportes, se a Namíbia o necessitar.
A sua intervenção recordou como de terras africanas, as suas filhas e filhos namibianos foram levados pelos colonialistas para terras cubanas e se tornarem escravizados.
Esses escravizados, acrescentou, lutaram pela sua liberdade, juntando-se às lutas pela liberdade de Cuba.
Deixaram de ser escravizados lutando por Cuba, e contribuíram para a nacionalidade cubana com sua cultura, crenças, sentimentos, suas cores, sua rebelião e coragem.
Quando o Presidente Geingob reconheceu os internacionalistas cubanos que lutaram em Angola juntamente com os combatentes da Swapo, “podemos dizer que vocês nos deram esse valor”, destacou o Presidente.
“É por isso que Fidel Castro disse que os cubanos são latino-africanos”.
“Temos orgulho de sermos mestiços e quando viemos para estas terras, como disse Fidel, viemos saldar a nossa dívida com a África”.
“Depois da independência da Namíbia foram mais de 30 anos de colaboração permanente nos quais desenvolvemos projetos em benefício dos povos”.
“Agora, enfatizou Díaz-Canel, ratificamos nossa vontade expressa de que estes sentimentos sejam levados também às novas gerações de cubanos e namibianos, e que a memória histórica, à qual você tem sido muito fiel, nunca se perca”.
O presidente cubano também apreciou a posição da Namíbia ao denunciar o bloqueio, a sua atitude como promotores da iniciativa para que resoluções contra ele sejam aprovadas todos os anos na União Africana, e o voto enérgico na assembleia geral da ONU para a resolução contra essa ação dos Estados Unidos.
Na reunião oficial, Díaz-Canel convidou Geingob para realizar uma visita oficial a Cuba.
Propôs também que este ano, na sexta reunião de cooperação bilateral, aumente a hierarquia deste mecanismo de cooperação, e implemente a comissão intergovernamental, bem como aumente a colaboração entre o Partido Comunista de Cuba e a Swapo em questões de melhoria.
Finalmente, ele expressou a sua esperança de que para a próxima cúpula G77-China sobre ciência e tecnologia, a ser realizada em Havana em Setembro, a África esteja bem representada, e em particular “a Namíbia pela liderança que tem na região”.
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