O político de extrema direita também deveria testemunhar sobre a disseminação de notícias falsas com empresários que supostamente planejavam um golpe em mensagens no aplicativo multiplataforma WhatsApp, mas os advogados de defesa pediram que isso fosse adiado.
Eles argumentaram que tiveram acesso aos arquivos da investigação na última segunda-feira e que o material é muito volumoso para ser tratado em um curto período de tempo.
De acordo com o jornal O Globo, em depoimentos simultâneos, o ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras seis pessoas ligadas a eles responderão nesta quinta-feira na PF a perguntas sobre a suposta teia de aranha de venda de presentes oficiais, como relógios e joias, além das fronteiras.
A estratégia dos investigadores é que cada um deles deponha separadamente, a partir das 11:00, horário local, para tentar evitar a combinação de versões.
Esta é a quinta vez que o ex-capitão do exército é ouvido nos últimos quatro meses.
Também serão interrogados o ex-assessor de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, seu pai, general Mauro Cesar Lourena Cid, o advogado Frederick Wassef, o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e os assessores Marcelo Costa Câmara e Osmar Crivelatti.
O Globo garante que os depoimentos ocorrerão em um contexto diferente de outras vezes.
Desde a semana passada Mauro Cid vem respondendo a perguntas da PF e colaborando com a investigação, sendo que na última sexta e segunda-feira o ajudante de campo esteve na sede da corporação por cerca de 16 horas.
A mudança na estratégia de defesa de Cid surgiu depois que o advogado Cezar Bitencourt assumiu o caso.
Na avaliação dos investigadores, o inquérito sobre a venda de presentes oficiais dados a Bolsonaro por autoridades estrangeiras é o que está em estágio mais avançado e reúne mais evidências da prática de crimes, como trocas de mensagens, fotos e até recibos de venda e recompra de itens valiosos.
Esses elementos foram obtidos pela PF por meio de quebras de sigilo telefônico e telemático, além de buscas e apreensões autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Os delegados que ouvirão os oito testemunhos agora querem ouvir a versão do que foi encontrado até agora.
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