Segundo o Direito Internacional Humanitário, os detidos palestinianos são pessoas protegidas e podem comunicar com as suas famílias, afirmou o CICV num comunicado.
A declaração é uma resposta à decisão do Ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben-Gvir, de limitar as visitas familiares dos prisioneiros palestinianos a uma vez a cada dois meses, o dobro do que está atualmente planeado.
O organismo internacional afirmou que “só nos primeiros seis meses de 2023, mais de 29.000 familiares puderam visitar reclusos (palestinos) nas prisões israelitas”.
O governo palestino, partidos e organizações condenaram veementemente a nova medida ontem.
As ações racistas anunciadas pelo ministro racista contra os nossos detidos ameaçam fazer explodir a situação, alertou o secretário-geral do Comité Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, na rede social X (antigo Twitter).
Osama al-Qawasmi, membro do Comité Político da OLP, considerou que a medida demonstra a mentalidade racista em Israel e garantiu que é um novo exemplo do seu programa fascista e colonial contra o povo palestiniano.
Entretanto, Qaddura Fares, presidente da Comissão para os Assuntos dos Prisioneiros e Ex-Prisioneiros, estimou que o objetivo “é infligir sofrimento aos detidos e às suas famílias” e garantiu que o povo palestiniano não desistirá nem abandonará a luta pela dignidade e pelos direitos dos seus compatriotas nas prisões.
Segundo o diário israelita Yedioth Ahronoth, as visitas ocorrerão apenas uma vez de dois em dois meses, o que duplica o tempo de espera e afetará cerca de 1.600 dos quase 5.000 reclusos palestinianos.
Ben Gvir adotou a nova política, que terá início no próximo domingo, sem consultar as forças de segurança e com a oposição da diretora do Serviço Penitenciário, Cathy Perry, sublinhou o jornal.
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