Recordando a aprovação da adesão do país africano juntamente com Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2024, na XV Cúpula do grupo econômico realizada em Agosto passado, em Joanesburgo, Dos Santos destacou as iniciativas inter-relacionadas que possui.
Mencionou o Novo Banco de Desenvolvimento, o Conselho Empresarial do Brics, a Aliança de Mulheres Empresárias do Brics, entre outros, que promovem o intercâmbio em áreas como mídia, cultura, educação, esportes, artes, juventude, sociedade civil, academia, ciência e tecnologia, falando com a Agência de Notícias da Etiópia.
“A Etiópia irá agora fazer um balanço do que os Brics alcançaram em cada uma destas áreas e começar a trazer as suas próprias iniciativas e perspectivas. Estamos ansiosos por trabalhar com a Etiópia neste sentido”, disse ele.
Ele considerou que esta adesão reforçará o apelo do grupo ao multilateralismo inclusivo, ao respeito pelo direito internacional e à reforma das instituições políticas e financeiras multilaterais, tudo isso apreciado pelo mundo em desenvolvimento e há muito defendido pelo Brasil e pela Etiópia como países individuais.
Da mesma forma, o interesse manifestado por vários países em aderir aos Brics demonstra que existe um impulso positivo na defesa dessas causas no seio da comunidade internacional em geral, enfatizou o diplomata brasileiro.
Como membro do grupo econômico num futuro próximo, as opiniões e a experiência de Adis Abeba sobre muitas questões levantadas serão partilhadas com os outros países membros, o que fortalecerá a todos e abrirá novas vias de cooperação.
“Estou muito otimista quanto ao futuro da cooperação Sul-Sul dentro dos Brics e quanto à relação bilateral entre o Brasil e a Etiópia como um todo”, frisou.
Por outro lado, ao abordar as relações bilaterais entre os dois países, dos Santos destacou os laços de amizade há mais de 70 anos e o diálogo fluido sobre as principais questões globais e regionais, com posições comuns muito importantes.
Sobre este último aspecto, em particular a necessidade de os países em desenvolvimento desempenharem um papel mais importante na arena mundial, disse ele.
Ele revelou que há crescimento nas ligações comerciais e de investimentos nos locais onde o voo diário da Egypt Airlines liga São Paulo a Adis Abeba, bem como o desenvolvimento de programas de cooperação como a agricultura, em que a experiência brasileira pode promover a produção etíope.
“Estamos avaliando outras possíveis parcerias, como na diplomacia esportiva, área, por exemplo, em que nós no Brasil podemos aprender com os notáveis sucessos etíopes no atletismo”, concluiu.
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