O fórum faz parte das estratégias implementadas antes do aumento destes fluxos pela Conferência Regional sobre Migrações (CRM), cuja presidência protempore ocupa o istmo.
A nomeação prolonga-se até ao próximo sábado e dará a oportunidade de identificar objetivos comuns, estruturas e passos a seguir na formação de equipas de investigação para combater estes flagelos.
Segundo o procurador-geral do Panamá, Javier Caraballo, o encontro tem um significado especial, dado o aumento na chegada de migrantes, que chegam a mais de 330 mil neste ano, ao passarem pela selva de Darién a caminho dos Estados Unidos, um número sem precedentes que ultrapassou 248.000 em 2022 e 133.000 em 2021.
Ele também enfatizou a necessidade de enfrentar as gangues criminosas transnacionais que assediam e abusam de pessoas em mobilidade humana que chegam da América do Sul.
Na segunda-feira passada, as autoridades da Organização das Nações Unidas exortaram aqui a luta mais resoluta contra o crime organizado e gangues como o Clan del Golfo, que controla a migração irregular.
Segundo o chefe da missão da Organização Internacional para as Migrações no istmo, Giuseppe Loprete, essas gangues conseguem até trazer viajantes da Ásia que são enganados e atravessam e enfrentam inúmeros perigos na perigosa selva de Darién, na fronteira com a Colômbia.
Na opinião de Loprete, esta situação de emergência que toda a região atravessa exige uma cooperação mais forte e coordenada de todos os atores envolvidos, incluindo os passes de emissão, trânsito e destino.
Mencionou também a falta de acesso a informações precisas e oportunas durante todo o processo como uma das principais razões pelas quais os migrantes atravessam a selva de Darién.
Neste sentido, instou os Estados a continuarem a praticar uma abordagem regional, abrangente e colaborativa, e reiterou o seu apoio a respostas que atendam às obrigações internacionais e aos objetivos de paz e desenvolvimento sustentável, no pleno respeito pelos direitos humanos das pessoas em situação de mobilidade.
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