Os candidatos a disputar a primeira magistratura do país têm até 26 de outubro para se inscreverem, embora ainda não esteja definido como procederá Bukele, que será candidato e presidente, o que segundo a interpretação do artigo 152 da Constituição da Câmara Constitucional do A República não é possível.
Uma abordagem ao tema feita pelo jornal La Prensa Gráfica indica que a inscrição do governante como candidato colocará em apuros o TSE, que terá de decidir sobre o vazio jurídico que sua candidatura enfrentará.
A publicação cita relatório do Consórcio para Fortalecimento de Eleições e Processos Políticos (Cepps) ao órgão dirigente das eleições sobre o ambiente eleitoral em que apontou a falta de argumentos jurídicos para permitir o registro de Bukele.
O Consórcio identificou outra lacuna dentro do mesmo argumento do partido governista: Bukele não poderá concorrer nos tempos exigidos pelo TSE, pois continuará no cargo.
É uma interpretação de prazos, entre 7 de setembro e 26 de outubro, o TSE receberá os pedidos de inscrição dos candidatos à presidência e à vice-presidência, incluindo a fórmula Novas Ideias: Nayib Bukele e Félix Ulloa.
Para o Cepps, Bukele teria que deixar o cargo mais cedo ou o TSE teria que inscrevê-lo como candidato ainda como presidente, o que exigiria outra interpretação da Constituição.
O jornal acrescenta que advogados e vozes da oposição apontam que existe uma incompatibilidade entre o cargo de candidato e de presidente; no entanto, reiteram que o principal impedimento de Bukele para concorrer é a Constituição da República.
O advogado constitucional Salvador Enrique Amaya expressou, ao contrário do que foi descrito no relatório, que “não é necessária uma reforma constitucional” para permitir o registo de Bukele, uma vez que já existe uma proibição constitucional.
A representante da Vamos, Claudia Ortiz, considerou também que “não temos que estar a reinterpretar nada”, uma vez que “a reeleição presidencial viola a Constituição e viola os direitos dos cidadãos a terem separação de poderes, a não terem abuso de poder.”
O que é real é que o TSE se depara com uma situação muito complexa, mas como a maioria dos seus membros tem ligação com o governo, espera-se uma decisão que favoreça o atual governante.
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