Trindade aludiu à imprensa sobre um acordo fechado com o Ministério da Saúde da ilha em que o Brasil conseguiu entrar na linha de biofarmacêuticos, medicamentos complexos.
“Tivemos a possibilidade de incorporação tecnológica da alfaepoetina, concluída pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). É um marco, porque permitiu ao Brasil entrar em um campo tecnológico de ponta”, explicou.
Segundo o proprietário, o gigante sul-americano também retoma acordos com Cuba para desenvolvimento conjunto de produtos, inovações nas áreas de vacinas, medicamentos para doenças crônicas como Alzheimer e diabetes, e até novos medicamentos para gastrites a partir do uso da cana-de-açúcar.
Ele reconheceu todo um campo de inovação e “a importância deste acordo é que o Brasil se beneficia do conhecimento de ponta que Cuba desenvolveu, investimentos de anos nessa área”.
Santos lembrou, por sua vez, que atualmente o Brasil gasta muito dinheiro na importação de medicamentos, situação que o acordo pode ajudar a transformar.
“Eles (cientistas cubanos) atuam na área de pesquisa de doenças raras, diabetes e na fabricação de medicamentos, que é um dos temas desafiadores para o Brasil”, garantiu.
Ele admitiu que, na balança comercial brasileira, “temos um déficit de 20 bilhões de dólares (com medicamentos). Então, tudo que agrega desenvolvimento, pesquisa, conhecimento tecnológico é o que nos interessa. é tudo o que queremos”, ele argumentou.
Explicou que a intenção do Governo brasileiro é que o memorando de entendimento assinado em 2002 com Cuba seja retomado, com a indicação de um novo comitê gestor, para que a cooperação bilateral possa voltar a ser o tom dos laços. A quarta e última reunião deste conselho foi em 2010.
Por sua vez, o ministro Teixeira lamentou a paralisação nas relações entre Brasil e Cuba nos últimos seis anos, mas agora estamos retomando os laços “especialmente na área da agricultura familiar”.
Ele listou temas como genética de espécies agroalimentares, bioinsumos, nutrição animal, agricultura de conservação, sistemas alimentares tradicionais, fertilizantes, agronegócio, acesso à água. “Eles (cubanos) têm muito conhecimento, muito conhecimento e queremos trocar esse conhecimento”.
Os ministros brasileiros estão em Havana na sequência da visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participa na Cimeira do Grupo dos 77 (G77) e da China, que fecha as cortinas este sábado.
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