Luanda, 16 Sep (Prensa Latina) Diferentes organizações da sociedade civil em Angola manifestaram o seu repúdio às medidas de trânsito adoptadas pelo Governo Provincial de Luanda (GPL) e convocaram hoje uma manifestação.
Representantes da Sociedade Civil Concorrente, do Movimento das Mulheres pelos Direitos Civis e Políticos, da Associação Cambiar Viana, da Plataforma Cazenga em Ação, das Forças Ativas de Malueweka e do Movimento Revolucionário de Angola solicitaram na véspera a intervenção do Presidente sobre esta questão.
Em conferência de imprensa realizada no município de Viana, criticaram a proibição dos mototaxistas de circularem em diversas avenidas e ruas de Luanda, o que consideram uma violação dos direitos fundamentais da Constituição.
Tornaram público que está marcada para este sábado uma manifestação que deverá ir do cemitério de Santa Ana até à sede do GPL em Mutamba, para manifestar a sua solidariedade aos mototaxistas.
No entanto, até ao momento a saída para a rua não foi aprovada pelas autoridades da capital, enquanto a Polícia Nacional garantiu ao jornal Novo Jornal não ter recebido qualquer autorização ou informação para acompanhar a manifestação, e garantiu que manteria a ordem pública. e tranquilidade do cidadão.
No dia 5 de setembro, a GPL anunciou restrições à circulação de mototáxis que utilizam ciclomotores, motocicletas, triciclos e quadriciclos em algumas ruas da capital, com o objetivo de minimizar riscos para veículos e pedestres, e melhorar o trânsito nas principais vias arteriais.
Contudo, a medida gerou desagrado num segmento destes transportadores e numa parte da população que utiliza estes serviços, que chegou a realizar manifestações em algumas zonas da cidade.
As razões da GPL estão ilustradas nos números de acidentes ocorridos no primeiro semestre de 2023, quando o Departamento de Trânsito e Segurança Viária registou 768 acidentes envolvendo motociclos e ciclomotores, resultando em 134 mortos e 725 feridos, bem como danos extensos. materiais.
As autoridades explicaram em diversas ocasiões que pretendem apenas ter um trânsito melhor e mais seguro, uma vez que não se trata de proibir o exercício desta atividade de transporte.
Apesar disso, as discrepâncias continuam, e alguns consideram mesmo que são instigadas por políticos que pretendem utilizá-las para desestabilizar a governabilidade da capital.
Atualmente a medida não está em aplicação, depois de um acordo com as associações de mototaxistas que acordaram com a GPL deixar uma margem de tempo para a sensibilização dos motoristas, para que a atividade seja mais fluida e com menos acidentes.
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