Segundo um comunicado divulgado pela Presidência do Conselho de Ministros deste país, entre as medidas aprovadas há poucas horas por aquele órgão está o alargamento para 18 meses do limite máximo de permanência nos Centros de Repatriamento.
Esta regra, apresentada em reunião realizada na passada segunda-feira, será aplicada, de acordo com o limite máximo previsto pela União Europeia (UE), aos estrangeiros não requerentes de asilo com necessidades específicas, sendo este período dividido em seis meses iniciais, seguido por extensões trimestrais.
Estas prorrogações aplicam-se caso o estrangeiro não coopere com a sua expulsão ou devido a atrasos na obtenção da documentação necessária de terceiros países, o que representa um aumento face ao limite atual de três meses, com possível prorrogação de 45 dias.
Além disso, um plano para a construção, por engenheiros militares, de novos centros de repatriamento, que serão construídos em áreas pouco povoadas e facilmente vigiadas.
No passado domingo, 17 de setembro, Meloni visitou a ilha meridional de Lampedusa, um dos principais cenários da aguda crise migratória que afeta este país, juntamente com a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, para avaliar a situação.
Durante a sua estadia no país, a presidente italiana observou que “estamos perante uma tal magnitude, em termos de fluxos migratórios, que se não trabalharmos seriamente e em conjunto para combater as saídas ilegais, os números deste fenômeno irão primeiro sobrecarregar os estados fronteiriços, mas depois todos os outros.”
Por seu lado, von der Leyen expressou que “estamos aqui para uma resposta coordenada. A emergência migratória é causada pelos traficantes” e anunciou um plano de intervenção de 10 pontos, que inclui o apoio da União Europeia (UE), “para remover imigrantes provenientes de Itália recorrendo ao mecanismo de acolhimento voluntário”.
“Devemos melhorar a vigilância naval e aérea trabalhando também em novas missões e ajudando a guarda costeira tunisina. É necessário, com a colaboração das autoridades italianas, destruir todas as embarcações utilizadas pelos traficantes”, acrescentou.
“A Agência Europeia de Asilo terá de ajudar a Itália a examinar os pedidos”, acrescentou o presidente da CE, especificando que “quem não tiver direito a asilo terá de regressar ao seu país de origem”.
Referiu-se também ao apoio que a comunidade regional deve dar à Tunísia, um dos principais pontos de partida dos migrantes através do corredor marítimo mediterrânico central, para tentar travar as saídas.
De acordo com o último relatório oficial emitido pelo Ministério do Interior, entre 1 de janeiro e 18 de setembro de 2023, 129.869 imigrantes irregulares chegaram a Itália, só por via marítima, quase o dobro dos 68.195 que chegaram no mesmo período do ano passado, o que ilustra a gravidade da situação.
mem/ort/ls