Um relatório do Serviço de Atenção às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) revelou que os níveis de violência no local se devem à anos de negligência repetida do Estado e à intensificação das disputas entre grupos do crime organizado pelo controle das prisões.
De acordo com o documento, entre fevereiro de 2021 e julho de 2023, 14 massacres ocorreram em sete prisões equatorianas, deixando 459 prisioneiros assassinados.
Em sua análise, o SNAI identificou pelo menos 12 gangues lutando pelo controle das prisões e classificou 11 prisões como de alto risco, onde há um alto nível de superlotação, um dos problemas mais dramáticos no sistema prisional desde que a crise de violência começou em maio de 2019.
Desde 2020, as prisões têm sido palco de motins, nos quais mais de 450 detentos morreram, fato que o governo atribui a confrontos entre gangues rivais que lutam pelo controle das prisões.
Para o ex-comandante da Polícia Nacional, Ramiro Mantilla, a dinâmica dos dois últimos governos de Lenín Moreno e Guillermo Lasso é prova da falta de uma política penitenciária.
Atualmente, a principal preocupação dos equatorianos é a insegurança e os atos de violência que ocorrem não apenas dentro das prisões, mas também nas ruas.
O cenário no país andino está se tornando cada vez mais obscuro às vésperas do segundo turno das eleições de 15 de outubro, quando os cidadãos irão às urnas para eleger o presidente entre a candidata da Revolução Cidadã, Luisa González, e Daniel Noboa, da aliança Ação Democrática Nacional.
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