O autor de Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada, Residência na Terra e Canção Geral, morreu na clínica Santa María desta capital, 12 dias depois do golpe de Estado de Augusto Pinochet contra o governo de Unidade Popular do presidente Salvador Allende.
Embora a versão oficial da ditadura atribua a morte do homem ao cancro da próstata, a investigação do caso começou em 2012, após declarações do seu motorista, Manuel Araya, sobre um possível envenenamento.
Estudos realizados posteriormente em laboratórios do Canadá e da Dinamarca confirmaram a presença em seus restos mortais de grande quantidade da bactéria Clostridium botulinum, incompatível com a vida.
Em fevereiro passado, a Ministra do Tribunal de Apelações de Santiago, Paola Plaza, recebeu os resultados da investigação realizada por um painel internacional de especialistas.
“Agora vem uma fase de revisão, estudo, ponderação e avaliação, para que o Tribunal possa emitir as resoluções que correspondem por lei”, disse o juiz na ocasião.
Rodolfo Reyes, advogado e sobrinho de Neruda, lamentou então que a justiça não tivesse se pronunciado, apesar de terem passado vários anos desde o início das investigações e de ter todas as informações sobre a causa da morte.
Segundo Reyes, seu tio foi assassinado por uma bactéria injetada em seu corpo, o que causou sua morte.
Considerado um dos escritores mais influentes do século XX, o poeta também foi senador da República, membro do Comitê Central do Partido Comunista do Chile, embaixador na França e pré-candidato à presidência, indicação que ele recusou em favor de Salvador Allende.
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