A proposta, aprovada pelas duas câmaras do Congresso, foi assinada por Biden antes do prazo crítico da meia-noite, quando o financiamento acabou, permitindo que os estadunidenses pudessem respirar mais aliviados. “O bipartidarismo que tem sido a marca registrada do Senado prevaleceu. E o povo estadunidense pode respirar aliviado”, disse o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer.
Esse órgão legislativo votou 88-9 para aprovar um CR “limpo” que financie o governo nos níveis atuais até 17 de novembro e dê à administração de Joe Biden os 16 bilhões de dólares que solicitou para ajudar as vítimas de desastres naturais.
Pouco antes, a Câmara dos Deputados também havia aprovado a medida bipartidária por 335 votos a favor e 91 contra.
Ambos os partidos reivindicam vitória, disseram os meios de comunicação locais, notando que a votação ocorreu depois de um dia agitado no Capitólio, quando tudo parecia, a certa altura, que o apagão do governo era inevitável. Evitar uma paralisação tem ramificações significativas para as operações governamentais e para a vida de centenas de milhares de estadunidenses, alertaram.
Garante que os militares recebam o seu salário, que nenhum funcionário federal seja despedido, que os programas de assistência alimentar continuem ininterruptos, que os parques nacionais permaneçam abertos e que as viagens não sejam afetadas, informou o jornal The Hill.
A descrição “limpa” da proposta deve-se ao facto de não incluir dois pontos de conflito, uma vez que deixou de fora a ajuda à Ucrânia e as mudanças na política fronteiriça.
Embora o que acabou de acontecer tenha impedido o temido encerramento ou paralisação durante os próximos 45 dias, aproxima o laço do pescoço de Kevin McCarthy, o presidente da Câmara dos Representantes.
Os republicanos linha-dura alertaram publicamente durante semanas que seu colega da Califórnia poderia enfrentar uma votação para destituir o cargo se trabalhasse com os democratas em um plano de resolução contínua para financiar o governo.
As paralisações governamentais ocorreram pelo menos 21 vezes nos Estados Unidos desde 1976, a mais longa em 2019, durante a administração do então presidente Donald Trump. A paralisação foi prorrogada por 34 dias e o motivo foi o mesmo de sempre: falta de acordo.
Naquela altura, a Câmara dos Representantes era dominada pelos Democratas e o impacto econômico foi de cerca de 11 bilhões de dólares, segundo dados oficiais.
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