O sindicato dos marítimos gera esses empregos diretos que agora estão em risco com a escalada do conflito bilateral sobre a medida, que a Argentina considera um direito e o Paraguai uma violação, disse o vice-presidente do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos, Esteban dos Santos.
Há muito capital estrangeiro investido em operações no Paraguai”, explicou ele. O Paraguai é a fonte de mais de seis mil empregos para seus habitantes, o que faz do setor de navegação um dos maiores contribuintes”.
O líder dos armadores guaranis questionou o governo do estado vizinho, que continua impedindo o embarque de mercadorias no canal hidrológico Paraguai-Paraná, “apesar de ter acordado com Assunção o fim, por 60 dias, dos embargos às embarcações por falta de pagamento”.
A autoridade pediu uma solução para a controvérsia, que começou em janeiro com a exigência da Argentina de cobrar uma tarifa de US$ 1,47 por tonelada para as embarcações que utilizam a hidrovia, única saída para o Atlântico para as exportações paraguaias, que movimentam 80% de sua carga pela via.
Dos Santos saudou as ações diplomáticas, técnicas e políticas tomadas pelo governo local para resolver esse e outros desacordos com o país vizinho, como o pagamento de uma suposta dívida argentina na usina hidrelétrica de Yacyretá e o bloqueio de caminhões paraguaios na fronteira comum.
Acredito que nossa chancelaria está tomando as medidas que devem ser adotadas. Vemos com bons olhos essa demonstração de interesse do nosso presidente, Santiago Peña, em se envolver pessoalmente’, disse o vice-presidente do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos.
Os representantes de Buenos Aires na chamada Entidade Binacional Yacyretá rejeitaram em comunicado, na segunda-feira, as declarações feitas na véspera pelo lado paraguaio sobre uma suposta falta de pagamento argentino pela cessão de energia paraguaia em 2022.
Por sua vez, os enviados do lado paraguaio à usina lembraram que seu governo mantém a exigência de que a Argentina salde uma dívida de US$ 150 milhões “com o Tesouro Nacional de Assunção e com a própria binacional, pela cessão e uso da energia”.
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