Este ano, a Real Academia Sueca de Ciências homenageou Moungi G. Bawendi (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), Louis E. Brus (Universidade de Columbia) e Alexei I. Ekimov (Nanocrystals Technology Inc.). Nesta ocasião, os pesquisadores conseguiram produzir partículas tão pequenas que suas propriedades são determinadas por fenômenos quânticos, descoberta que permite a aplicação dessas nanopartículas em luzes LED e telas de televisão, podendo servir para orientar cirurgiões na retirada de tecido tumoral.
Segundo o edital do Prêmio, as propriedades de um elemento dependem do número de elétrons que ele possui, mas quando a matéria é reduzida a tamanhos minúsculos – comumente chamados de nanodimensões – ocorrem fenômenos quânticos, cujo estudo até agora era limitado pelos recursos tecnológicos.
Somente na década de 1980 Alexei Ekimov, de origem soviética, conseguiu criar efeitos quânticos dependentes do tamanho em vidros coloridos, algo que plantaria a primeira semente de uma descoberta que seria aperfeiçoada com o conhecimento dos químicos Louis Brus e Moungi Bawendi nos Estados Unidos e na França, respectivamente.
Assim, os pontos quânticos, que são a chave do estudo premiado em 2023, são nanocristais semicondutores que geralmente variam entre dois e 10 nanômetros de diâmetro (10-50 átomos).
Uma propriedade muito curiosa destes pontos é que, quando iluminados, são capazes de emitir aquela luz numa frequência de saída muito específica que vai depender do seu tamanho, ou seja, quanto menor for a dimensão, maior será a frequência de saída e, portanto, mais notáveis serão as propriedades quânticas que ele exibe.
Esta é a terceira atribuição desta edição do Prêmio Nobel, cuja história remonta a 1901, ano em que, na disciplina de Química, foi atribuído a Jacobus Henricus van ‘t Hoff pela descoberta das leis da dinâmica, química e pressão osmótica.
Marie Curie (1911, embora também galardoada com o Prêmio Nobel da Física em 1903) e Linus Carl Pauling (1954) são outros dos nomes mais reconhecidos na área.
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