O general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de reeleição de Bolsonaro na corrida eleitoral do ano passado, também será julgado, disseram fontes judiciais.
Essa ação foi colocada em pauta pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, a pedido do ministro relator Benedito Gonçalves.
Protegidas pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e pelas organizações políticas que compuseram a coalizão que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as ações têm como objetivo apontar possíveis irregularidades no suposto uso da sede do governo federal para a campanha dos candidatos do Partido Liberal.
Ambos são acusados de abuso de poder político, uso indevido de poder político, desvio de finalidade e conduta proibida a funcionários públicos em disputas eleitorais.
Esse tipo de ação pode levar à inelegibilidade dos investigados. Bolsonaro já está inelegível por oito anos e, se for condenado novamente, a situação é a mesma pelo mesmo período.
O político de extrema direita é acusado de usar o Palácio da Alvorada (residência oficial dos presidentes) e o Palácio do Planalto (sede do poder executivo) para fazer transmissões ao vivo nas quais se apresentava como candidato à reeleição.
Bolsonaro foi condenado em junho pelo TSE na ação sobre a reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022. No encontro, realizado no Alvorada, o ex-presidente (2019-2022), diante de cerca de 40 diplomatas estrangeiros, também mostrou uma apresentação com informações equivocadas sobre as modernas urnas eletrônicas e sugeriu a participação das Forças Armadas para corrigir falhas no procedimento de votação.
Da mesma forma, não se conteve em suas palavras para, mais uma vez, questionar e atacar os ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal. Diante desses fatos, o PDT tomou medidas rápidas na época no sistema de justiça eletiva.
O julgamento da próxima semana começa com a apresentação dos argumentos das partes, o promotor eleitoral e, em seguida, cada um dos ministros votará.
Há espaço para recurso dentro do próprio TSE se houver uma condenação ou se os processos forem arquivados.
No tribunal, a expectativa é que a análise seja breve, sem a necessidade de convocar sessões extras, como ocorreu em junho.
A avaliação é que a base para os votos já foi estabelecida no primeiro julgamento. Portanto, não seriam necessários pareceres muito longos.
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