Conforme previsto, a partir das 05h30, hora local, da última segunda-feira, a organização ancestral e a população unida no que chamaram de greve nacional por tempo indeterminado saíram às ruas para reiterar o pedido de demissão da procuradora-geral Consuelo Porras.
Pelo menos 25 pontos também exigiram a renúncia do chefe da Procuradoria Especial contra a Impunidade, Rafael Curruchiche, da promotora Cinthya Monterroso, da juíza Fredy Orellana e de outros atores ligados à perseguição contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os participantes do protesto dos departamentos de Sololá e Quiché chegaram à sede do Ministério Público (MP), porque seus funcionários “atuam com abuso de poder e facilitam um plano de golpe de estado, orquestrado a partir do Pacto dos Corruptos”, eles comentaram.
Em meio à crise política, equipes nomeadas pelo Governo da Guatemala e pelo presidente eleito do país, Bernardo Arévalo, retomaram o processo de transição na quarta-feira.
Através de comunicado, porém, o executivo destacou primeiro que esta atividade decorreu “num clima de otimismo e confiança”, com a participação de Karin Herrera, a próxima vice-presidente após as eleições do passado dia 20 de agosto.
O número de fechamentos de estradas na quinta-feira foi de 33 pelo quarto dia consecutivo e o presidente do Conselho de Administração dos 48 Cantões de Totonicapán, Luis Pacheco, alertou que esperam que essas ações “não sejam mais contundentes”.
Arévalo defendeu o direito à manifestação pacífica reconhecido na Magna Carga, após retornar à Guatemala após uma viagem aos Estados Unidos.
“Esperamos que este direito seja respeitado e que em todos os momentos as autoridades correspondentes favoreçam o diálogo e não a ação violenta para resolver esta situação de bloqueios”, sublinhou o porta-estandarte do partido Movimento Semilla.
Anteriormente, uma protecção provisória notificada pelo Tribunal Constitucional à Comissão Coordenadora das Associações Agrícolas, Comerciais, Industriais e Financeiras deu luz verde ao Governo para remover os bloqueios, mesmo com o uso da força se necessário.
Apesar dos pedidos para canalizar os protestos através dos “canais legais correspondentes”, os diferentes grupos mantiveram fechadas na véspera mais de 60 estradas, incluindo estradas estratégicas como as que conduzem às fronteiras do México, El Salvador e Honduras.
O Ministério da Saúde Pública e Assistência Social indicou a existência de risco de escassez nos serviços da instituição caso a situação de bloqueios se mantenha a nível nacional.
As invasões do MP ao TSE provocaram uma onda de repúdio na Guatemala por considerá-las ilegais e o apelo para que a vontade popular expressa nas urnas fosse respeitada.
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