Quero elevar o nome de Angola no exterior, confessou à Prensa Latina minutos antes de seu concerto de estreia como solista, depois de 10 anos de estudo e trabalho com outros músicos.
“Nossa música está muito fechada no país. Também não temos a cultura de ter saxofonistas, instrumentistas em geral, então minha ideia é expandir o conceito de música instrumental dentro e fora de Angola”, disse o jovem.
Sua proposta engloba jazz, blues, soul…, mas também os ritmos de sua terra natal, pois ele está determinado a conquistar com seu saxofone não apenas um público familiarizado com as melodias normalmente tocadas nesse instrumento, mas também espera atingir os jovens.
“Eu toco kizomba, semba e música popular angolana. Minha intenção é pegar essas músicas e levá-las para o exterior em um formato instrumental. É comum no mundo o saxofone estar ligado ao jazz, blues, soul, mas é raro ligá-lo aos nossos ritmos, e essa é a minha aposta, tanto para conquistar um público jovem quanto para levar minha música para fora do país.
Ele reconheceu que atualmente há poucos espaços em Angola para o tipo de trabalho que faz, e também pouca divulgação, o que também influencia o fato de haver pouco hábito de consumir esses formatos.
No entanto, garantiu que não vai desistir. “Pretendo lutar e lutar até que os ouvidos das pessoas se acostumem com esse tipo de música instrumental com os nossos estilos”, enfatizou.
Tanny Sax, que começou a tocar aos 16 anos no centro de treinamento Obra Bella do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Previdência Social, também toca flauta, instrumento que aprendeu sozinho durante a pandemia.
Sua paixão, no entanto, é o saxofone, ao qual dedicou seus estudos e sua carreira, embora não pretenda abandonar a flauta.
“Sempre sonhei em ir a Cuba”, revelou em conversa com a Prensa Latina. “Tenho um tio que estudou lá por 30 anos e ele sempre fala muito bem do sistema educacional cubano e da formação musical.
Em sua história pessoal também há um pedacinho da ilha, pois ele teve professores cubanos durante seus estudos, por isso um de seus desejos era fazer um nível superior em música na Universidade das Artes de Cuba, mas nunca teve a chance.
“Acho que Cuba poderia ajudar Angola na formação de novos músicos, temos jovens com talento e falta de escolas. Seria muito bom se eles pudessem apoiar o país nessa área”, disse ele.
Depois de sua estreia como solista, que ocorreu em 5 de outubro com um concerto no Museu de História Natural de Luanda, sob os auspícios do Atelier D’Artes Lucengomono, Tanny começará a gravar um álbum no próximo mês.
Estarei trabalhando em versões para saxofone de músicas populares angolanas”, disse ele. Se eu pudesse estreá-lo em Cuba, seria ainda melhor.
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