Madrid, 13 out (Prensa Latina) As negociações políticas do chefe interino do Governo, Pedro Sánchez, terminaram hoje atoladas em demandas inacessíveis dos independentistas da Catalunha.
Esta é a primeira impressão após o encerramento, esta sexta-feira, do ciclo de conversações entre Sánchez, também líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com todos os grupos parlamentares, exceto o Vox, de extrema-direita, com o qual se recusou a dialogar.
A porta-voz dos Junts pela Catalunha no Congresso dos Deputados, Míriam Nogueras, sublinhou após o encontro com Sánchez que ainda estão longe de um compromisso histórico que implicaria o seu apoio à investidura.
Nogueras entregou por escrito ao Chefe do Executivo as exigências de Carles Puigdemont, o líder exilado dos Junts, fugitivo da justiça desde os chamados Procés de 2017, quando alguns setores tentaram declarar a independência catalã.
Em declarações à comunicação social Nogueras sublinhou que “se se trata de fazer o que foi feito nos últimos quatro anos, então não são os votos dos Junts que procuram”.
Não estamos aqui para ouvir ou para fazer o que foi feito nos últimos quatro anos porque todos sabemos, e está provado, que não funcionou, destacou.
A porta-voz dos Junts insistiu que veio à reunião para reiterar as exigências do seu partido, não para ouvir a oferta do PSOE, e a este respeito observou que se pede uma lei de amnistia, o reconhecimento e o respeito pela legitimidade democrática do movimento independentista e a criação de um mecanismo de verificação de acordos.
Apesar de terminar em segundo lugar nas eleições legislativas de 23 de julho, atrás do conservador Partido Popular (PP), Sánchez, no poder desde 2018, já conta com o apoio da esquerda.
O político socialista tenta acelerar as negociações para chegar a acordos que lhe permitam passar pelas rondas de investidura na Câmara antes do prazo final, 27 de novembro.
Para permanecer na Moncloa é necessária maioria absoluta (176 assentos) ou, na segunda votação, maioria simples (sim e não), números difíceis dada a polarização existente. Caso contrário, as eleições gerais serão repetidas em 14 de janeiro.
O atual ocupante do Palácio da Moncloa reuniu-se também esta sexta-feira com o porta-voz do EH Bildu, Mertxe Aizpurua, que considerou o encontro “um marco” e ofereceu o seu apoio à investidura, enquanto o PP descreveu a fotografia como reunião como “a imagem de vergonha.”
Juntamente com o PP, o Vox também criticou duramente Sánchez e a esquerda, recordando os laços de Bildu com a ETA e os seus actos terroristas.
Durante a semana, o presidente também se reuniu com o seu arquirrival, o chefe do PP, Alberto Núñez Feijóo, e com o PNV, do País Basco, além do BNG da Galiza, estes dois últimos inclinados a apoiar a investidura de Sánchez.
Além disso, a Esquerra Republicana de Catalunya, um partido independentista, mas mais moderado e com um espírito a priori mais construtivo.
Em qualquer caso, Junts continua a ser a chave para a eventual continuidade de Sánchez na liderança do Governo.
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