O documento do Grupo de Especialistas reconheceu que, embora os policiais sejam regularmente atacados por grupos armados que roubam suas armas, alguns policiais também as vendem.
Em sua opinião, isso explica por que, quando esses dispositivos são apreendidos, alguns pertencentes a membros da instituição são confiscados.
Além disso, observou que até mesmo as unidades policiais que não usam armas de fogo rotineiramente recebem munição, o que leva alguns policiais a vender o excedente, e a falta de uma estrutura regulatória, procedimentos operacionais padrão ou recursos resulta no uso indevido de materiais apreendidos.
Os especialistas indicaram que é difícil determinar o número de armas de fogo em circulação, mas as agências de pesquisa estimam que há entre 291.000 e 600.000 armas de fogo em circulação, enquanto alguns milhares de licenças são emitidas ou renovadas a cada ano, de modo que a grande maioria é possuída ilegalmente.
Também observaram que, nos últimos três anos, as gangues aumentaram seu poder de fogo nos departamentos do oeste, onde fica a capital, bem como em Artibonite, considerado o maior celeiro do país, concentrando suas estratégias na aquisição de fuzis automáticos.
Além disso, a maioria das armas de fogo e munições em circulação no país são originalmente fabricadas ou compradas nos Estados Unidos e chegam ao país caribenho diretamente dos Estados Unidos ou via República Dominicana.
Os rifles semiautomáticos de 5,56 milímetros, que valem centenas de dólares nos EUA, são vendidos rotineiramente por entre cinco e oito mil dólares no Haiti, enquanto um rifle de nove milímetros custa entre 1.500 e 3.000 dólares e a munição entre três e cinco dólares por cartucho.
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