“Imediatamente (depois da aprovação na Câmara de Deputados do Brasil) tivemos a decisão canalizada e enviada ao Senado”, disse o legislador supranacional boliviano Adolfo Mendoza.
Ele acrescentou que uma decisão positiva do gigante sul-americano é esperada nas próximas semanas, para que o Ministério das Relações Exteriores “possa fazer o depósito da decisão brasileira com a qual, praticamente, seríamos membros plenos do Mercosul”, disse ele em uma entrevista à ATBRadio.
Ele lembrou que só falta obter o endosso do Brasil, já que Argentina, Paraguai e Uruguai já deram sua aprovação.
O intenso lobby dos representantes bolivianos no Parlamento do Mercado Comum do Sul (Parlasur) deu resultado, e os procedimentos legislativos estão sendo seguidos.
Na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, em julho passado, o presidente Luis Arce defendeu a rápida adesão da Bolívia ao bloco, pois representa uma oportunidade de fortalecer a integração, expandir o comércio e a cooperação regional.
Todos sabemos que a entrada da Bolívia no Mercosul está pendente no parlamento brasileiro, e hoje estamos muito satisfeitos em saber que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a acelerar e fazer todos os esforços para garantir que a entrada da Bolívia seja aprovada imediatamente”, disse Arce na ocasião.
A Bolívia começou em 2015 a tomar medidas para ratificar o protocolo de adesão, mas esse processo foi arquivado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele só foi reativado com a chegada de Lula da Silva à cadeira presidencial.
Mendoza lembrou que os Congressos da Argentina, do Paraguai, do Uruguai e da Venezuela (país suspenso desse mecanismo em um contexto político favorável ao neoliberalismo) já aprovaram a entrada da Bolívia, faltando agora apenas a adesão do Brasil com o acréscimo do Senado.
Ele explicou que a adesão plena da Bolívia implica assumir e adaptar os regulamentos nacionais aos acordos do Mercosul.
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