“Hoje podemos dizer com certeza que nos próximos 30 a 40 anos o peso principal no crescimento do produto bruto mundial será desempenhado pelos países do Sudeste Asiático”, disse Glazyev.
Trata-se, em primeiro lugar, da China, da Índia, dos países da Asean, moedas que hoje praticamente não estão representadas no sistema monetário e financeiro mundial como moedas de reserva mundial, observou.
No comércio dentro da União Econômica Eurasiática, mudamos quase completamente para moedas nacionais. Se falamos de comércio com a participação da Rússia, quase cem por cento dessas moedas são substituídas pelo rublo, disse o professor.
Ele acrescentou que “no comércio com a China, já substituímos metade das moedas ocidentais por moedas nacionais: o rublo e o yuan. Em todo o espectro dos nossos parceiros, vemos o rápido deslocamento do dólar e do euro dos pagamentos internacionais”. .
Depois da Rússia, vemos a mesma tendência noutros países do Brics. Em particular, hoje a China está expandindo ativamente o uso do yuan no comércio internacional e na área da Iniciativa Chinesa do Cinturão e Rota, o yuan está gradualmente se tornando a moeda dominante.
A Índia anunciou que começará a pagar as importações em rúpias. Conhecemos também as declarações dos presidentes do Brasil e da África do Sul sobre a conveniência de introduzir uma nova moeda mundial. Ou seja, estamos agora na primeira etapa desse processo.
Sobre as dificuldades na implementação da moeda única dos BRICS, Glazyev disse que só é necessária vontade política, porque tecnicamente esta moeda está quase pronta, o software e as ferramentas matemáticas foram criados.
Para o lançar é necessário o consentimento político dos países BRICS, três dos quais, através dos seus chefes de Estado, já manifestaram o seu apoio à ideia de introdução de uma nova moeda, disse.
Aguardamos a reação da China e da Índia. A transição para liquidações em moedas nacionais faz parte da tarefa e, para lançar tal moeda, a Rússia, como país presidente no próximo ano, poderia convocar uma conferência internacional para assinar um acordo sobre a sua introdução, concluiu.
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