Madrid, 24 out (Prensa Latina) O líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, e a presidente do grupo Sumar, Yolanda Díaz, selaram um acordo hoje que prevê um novo governo em Espanha.
Para além da assinatura simbólica, o texto marca notável projeção sobre questões de âmbito popular como a jornada de trabalho, fixada em 37,5 horas semanais ao longo de dois anos, iniciativa que se concretizada daria uma virada de 180 graus em 40 anos .após a reforma anterior.
O documento, que consiste em 48 páginas, abrange 11 pontos que incluem 230 medidas. As principais afirmações referem-se a uma economia mais moderna, ao serviço das pessoas e a um crescimento justo e sustentável; mais e melhores empregos, com mais direitos e salários mais elevados.
Da mesma forma, uma agenda verde; ampliação dos direitos sociais; garantir o direito à moradia e ao transporte de qualidade; Espanha, uma referência feminista, diversa e plural, com voz própria no cenário internacional; uma tributação justa e adaptada aos desafios do presente.
Além disso, uma administração mais ágil e uma política territorial mais justa e eficaz; e cultura para crescer na democracia.
Sumar é um movimento que reúne a maioria dos partidos de esquerda em Espanha e Yolanda Díaz, como segunda vice-presidente e ministra do Trabalho, tem amplo apoio nos setores sindicais.
Sánchez, também na qualidade de Presidente interino do Governo, procura a continuidade da sua administração e para isso a aliança com Sumar é essencial.
Queremos oferecer mais quatro anos de estabilidade, convivência e progresso para Espanha, afirmou o chefe do Executivo num evento realizado no Museu Reina Sofia, em Madrid.
‘É hora de formar um novo governo de coalizão progressista. Digo isso com todo o entusiasmo e toda a esperança”, acrescentou.
Aunque el acuerdo es un paso en la dirección de lograr la investidura presidencial en futuras sesiones en el Congreso de Diputados, Sánchez necesita de los votos de los partidos independentistas catalanes, el más rebelde hasta ahora Junts, que dirige desde Bélgica Carles Puigdemont, prófugo de a Justiça.
-GOLPE DE EFEITO
A questão em torno de Junts levanta uma proposta de lei de anistia para políticos processados após a tentativa de secessão da Catalunha em 2017, algo tão espinhoso que mantém o povo espanhol dividido.
No entanto, o acordo desta terça-feira entre o PSOE e Sumar com medidas concretas parece um começo definitivo para a conquista da investidura.
Yolanda Díaz destacou a responsabilidade do texto e a sua convicção de que continuarão com mais e melhores medidas.
‘Com todas as nossas esperanças, querido presidente, vamos em busca de mais. Hoje é um grande dia pela importância que este documento tem para Espanha. “Estou empenhado em dizer ao nosso país, ao povo espanhol, que vamos governar melhor”, sublinhou.
O secretário-geral das Comissões de Trabalhadores (CCOO), Unai Sordo, aplaudiu o acordo sobre a redução da jornada de trabalho, embora tenha demonstrado cautela até conhecer a letra do mesmo e tenha oferecido negociação coletiva.
A Espanha precisa de um governo o mais rápido possível, mas precisa de compromissos que vão além da reeleição de Pedro Sánchez como presidente, acrescentou Sordo.
“A estabilidade política é necessária, parece uma utopia neste momento, mas é necessária”, reflectiu.
Por sua vez, o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Pepe Álvarez, descreveu como positiva a ideia de redução da jornada de trabalho anunciada pelo PSOE e Sumar, embora tenha destacado que o objetivo do sindicato é de 35 horas semanalmente.
Atualmente e há 40 anos, em Espanha a jornada de trabalho é de 40 horas semanais, algo que a UGT considera que deveria ser rebaixado aos padrões relativos ao nível de produtividade.
ro/ft/ls
