Nas eleições de domingo, o candidato presidencial dessa força, Sergio Massa, foi o mais votado (36,68) e deverá competir com o líder do La Libertad Avanza (LLA), Javier Milei (29,98), depois que a representante do Juntos por el Cambio (JxC), Patricia Bullrich, ficou de fora da corrida com 23,83.
Depois de retomar a sua agenda pública, o atual ministro da Economia reiterou que, caso chegue à Casa Rosada, convocará um governo de unidade nacional capaz de preservar os direitos conquistados, proteger os trabalhadores, promover o desenvolvimento e renegociar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) pela dívida de mais de 45 bilhões de dólares contraída pelo ex-presidente Mauricio Macri.
Por sua vez, o governador reeleito da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, destacou que não há tempo para descansar, pois é necessário permanecer concentrado e focado na promoção da candidatura de Massa.
“A campanha termina quando ele for o próximo presidente da Argentina. Ninguém para, precisamos de um governo comprometido com o povo, que cumpra o que as urnas pedem e não o que é exigido pelo FMI”, observou.
Por outro lado, criticou Milei por afirmar em declarações à imprensa que oferecerá ministérios a Bullrich e Myriam Bregman, da Frente de Esquerda e da Unidade dos Trabalhadores, na tentativa de ganhar votos.
Depois de tomar conhecimento dos resultados do primeiro turno, o líder da LLA deixou de lado o seu discurso contra o que chama de “casta política” e mostrou-se disposto a cooperar com representantes de diferentes espaços, a quem criticou e ofendeu em diversas ocasiões.
Em diálogo com a agência de notícias Télam, o líder do Partido Obrero, Gabriel Solano, destacou que se trata de um oportunismo absurdo de quem afirmou insistentemente durante um ano que a esquerda é uma sujeira.
“Com Milei não chegamos nem na metade do quarteirão. Não temos o menor ponto de acordo. Repudiamos e rejeitamos esse tipo de apelos”, afirmou.
Por sua vez, Bregman garantiu que a sua formação estará sempre ao lado dos trabalhadores e contra o ajustamento e o FMI.
Por outro lado, ficar de fora da eleição nas urnas aprofundou as divisões internas no JxC, razão pela qual a União Cívica Radical (UCR) e a Proposta Republicana estão analisando separadamente o caminho a seguir.
Segundo o jornal Página 12, vários políticos radicais afirmaram que não apoiarão Milei porque ele faz parte de “uma direita fanática, agressiva e autoritária”.
O membro da UCR, Federico Storani, alertou que o candidato do LLA tem ideias fascistas e está rodeado de negacionistas dos crimes da ditadura civil-militar (1976-1983), incluindo a sua companheira de chapa, Victoria Villaruel.
Além disso, alertou sobre as suas ligações ao grupo de extrema-direita espanhol VOX, à primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. jha/gas/cm