“Mantemos a resistência”, “continuamos até que o objetivo seja alcançado”, declarou o primeiro curador da prefeitura indígena daquele distrito, Edgar Tuy, em referência aberta à renúncia da procuradora-geral do país, Consuelo Porras.
O líder comunitário afirmou que a abertura de estradas foi adotada por consenso da assembleia e negou que haja uma crise em Sololá, depois de encerramentos de lojas, escassez de alimentos, o que levou a manifestações de desespero.
Tuy condenou o comunicado divulgado na véspera pela Câmara de Comércio, “porque não tiveram coragem de se manifestar contra o que está acontecendo com a democracia na Guatemala, ou são certamente cúmplices”, disse.
Em comunicado, esta entidade apelou à “cessação imediata” dos bloqueios rodoviários, que qualificou de “ações abusivas e ilegais”.
A Câmara direcionou a sua mensagem no sentido da situação que Sololá vive, onde vizinhos e comerciantes são raptados e ameaçados, frisou.
De 2 a 20 de outubro, autoridades indígenas de diversas regiões e organizações sociais realizaram protestos em cerca de 150 pontos de todo o país em defesa da vontade popular expressa nas urnas.
No passado fim de semana concordaram em alterar a estratégia e reforçar a pressão sobre a sede do Ministério Público (MP) nesta capital, acusada de promover um golpe de Estado contra os vencedores das eleições.
No entanto, as comunidades de Sololá voltaram a cinco pontos da Rodovia Interamericana desde segunda-feira passada em repúdio às ações de Porras, do chefe da Procuradoria Especial contra a Impunidade, Rafael Curruchiche, da promotora Cinthia Monterroso e do juiz Fredy Orellana.
O MP, considerado um instrumento do pacto corrupto, ordenou a incursão do Tribunal Supremo Eleitoral por supostas irregularidades nas votações realizadas em 25 de junho e 20 de agosto, o que causou uma crise sem precedentes na Guatemala.
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