Ao dar as boas-vindas ao público que, como todas as noites, lotou a sala, a diretora da instituição anfitriã, Mela Márquez, reafirmou que a grande presença de espectadores confirma a qualidade de todas as obras selecionadas este ano.
Márquez afirmou que poucas horas antes do término da programação se pode afirmar que a “exposição organizada pelo Grupo de Cultura Latino-Americana e Caribenha (Grulac) já é um sucesso”.
Por seu lado, o Ministro Conselheiro da Embaixada do Brasil, Paulo Azevedo, explicou que, para promover projetos culturais, as missões diplomáticas do seu país têm em conta que promovem a cultura brasileira e a língua portuguesa.
Outro fator é a interação com parceiros de qualidade e que estas iniciativas promovam bons laços com a sociedade local.
Ao referir-se à amostra, o diplomata considerou que estes três objetivos foram cumpridos.
“É um prazer trabalhar com o Grulac e a Cinemateca, cujas salas ficam lotadas todas as noites”, concluiu o Ministro-Conselheiro.
Uma grata surpresa foi a apresentação do filme em gravação audiovisual gravada por seu diretor, Haroldo Borges.
O cineasta explicou que João Pedro Díaz, protagonista do personagem João (Filho de Boi), em 2019 era um menino de 13 anos residente na zona rural e remota da Bahia, onde a história se passa , sem qualquer vínculo anterior com atuação.
O ator profissional Luis Carlos Vasconcelos faz o papel de pai.
Num contexto de machismo e falta de comunicação, o filme conta a história do adolescente que fica sozinho com um fazendeiro de caráter ranzinza, abandonado pela mãe de João.
Sem amigos por ser o “Filho do Boi”, João anseia por fugir daquele ambiente, e encontra essa perspectiva em um pequeno circo que chega à cidade.
A história é um pretexto eficaz que esclarece como no Brasil contemporâneo os afetos entre os homens estão entrelaçados em uma sociedade patriarcal e sexista, em meio à intolerância alimentada pela masculinidade, que obriga o personagem a se reinventar para superar sua frustração.
mem/jpm/hb