As instâncias iniciaram audiências públicas correcionais especiais na Cermicol com o objetivo de combater a prisão preventiva prolongada no sistema judicial.
Para essas audiências, o Ministério anunciou que os tribunais serão compostos pelo decano do Tribunal de Primeira Instância de Porto Príncipe, Bernard Saint Vil, atuando como juiz titular, bem como por representantes do Ministério Público, incluindo o comissário do governo dessa capital, Edler Guillaume, um oficial de justiça e advogados de defesa.
Três casos já foram julgados e espera-se que julgamentos criminais sem júri e audiências correcionais ocorram em todo o país até o final de janeiro.
Na semana passada, o especialista independente da ONU em direitos humanos, William O’Neill, lamentou que o tribunal juvenil estivesse paralisado, enquanto a taxa de ocupação da prisão de Cermicol era de 350%.
O’Neill criticou o fato de que 99% dos jovens detidos não foram condenados e a maioria está na prisão há anos por roubar uma galinha, um par de sapatos ou um telefone, sem nunca ter visto um juiz.
Além da prisão preventiva prolongada, as crianças enfrentam condições insalubres sem acesso a água potável, o que as expõe a doenças.
A prisão preventiva é um dos desafios do sistema judiciário haitiano e oito em cada dez detentos sofrem com essa condição. Alguns estão na prisão há décadas por delitos menores sem terem sido julgados.
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