O representante permanente suplente da ilha caribenha, Yuri Gala, rejeitou o uso seletivo e arbitrário do Acordo de Sede por parte da nação norte-americana para impedir ou limitar a participação de funcionários de alguns países no trabalho das Nações Unidas, uma flagrante violação do princípio de igualdade soberana entre todos os membros do foro.
Durante a apresentação do relatório do Comitê de Relações com o País Anfitrião, o representante cubano denunciou obstáculos como a imposição arbitrária de restrições ao movimento de diplomatas de vários países e suas famílias.
Ele também se referiu à demora e à negação arbitrária de vistos aos membros para acessar a sede da Organização e participar de seu trabalho e à expulsão injustificada de diplomatas credenciados na ONU.
Além disso, ele rejeitou violações como a apreensão de propriedades; os impedimentos para acessar contas bancárias e realizar transações para cumprir compromissos financeiros; as inspeções secundárias nos aeroportos dos EUA do pessoal diplomático de algumas delegações, entre outras.
Ao mesmo tempo, ele lamentou que os procedimentos do Comitê permitam que os Estados Unidos sejam o juiz daquilo em que são parte.
Isso, acrescentou, é o principal obstáculo à capacidade do Comitê de realizar seu trabalho de forma objetiva e de acordo com a verdade do que discute.
Gala recordou várias manifestações hostis em frente à Missão Permanente de Cuba na ONU sem que as autoridades do país anfitrião tenham cumprido devidamente as obrigações às quais está sujeito.
A Convenção de Viena exige a adoção de todas as medidas apropriadas para proteger as instalações contra intrusões ou danos e para evitar perturbações da paz ou ofensas à sua dignidade, lembrou ela.
Reiteramos que a inação do país anfitrião motivou a ocorrência dessas manifestações, que impossibilitam que o pessoal de nossa sede diplomática desempenhe as funções para as quais está credenciado, sem o perigo de agressão por parte dos manifestantes”, acrescentou o embaixador.
Cuba continua firmemente determinada a cooperar para que as decisões e recomendações desse importante Comitê sejam cumpridas com transparência e respeito à soberania dos Estados membros, e de acordo com os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, disse o representante.
O país continuará seu trabalho construtivo para a melhoria e eficácia do trabalho do Comitê, por meio de processos amplos de discussão, consulta, negociação e colaboração entre seus membros, bem como promovendo a participação ativa de outros Estados membros, afetados ou não pela não conformidade do país anfitrião.
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