Durante reunião informativa da Câmara dos Deputados, a deputada das Mães da Plaza de Mayo-Línea Fundadora, Taty Almeida, solicitou a análise dos legisladores de projetos para punir e desqualificar aqueles que afirmam ou tentam esconder os horrores cometidos durante o último ditadura civil-militar neste país (1976-1983).
Por sua vez, o membro do Hijos Carlos Pisoni destacou a importância da educação e formação dos funcionários públicos, bem como a necessidade de considerar como crime declarações e atos deste tipo.
Por sua vez, Mabel Careaga, filha da detida e desaparecida Esther Ballestrino, considerou que as iniciativas legais para combater este fenômeno também permitem a proteção das vítimas do terrorismo de Estado e de todos os argentinos.
Entretanto, o presidente da Assembleia Permanente dos Direitos Humanos, Eduardo Tavani, apelou à continuação da defesa da bandeira Memória, Verdade e Justiça contra o discurso de ódio.
Durante o seu discurso, o deputado da Frente de Todos, Hugo Yasky, denunciou as recentes declarações da candidata a vice-presidente de La Libertad Avanza, Victoria Villarruel, a quem acusou de ser negacionista, alegando genocídio e desprezando as instituições democráticas.
Em seu perfil na rede social X, Villarruel repetiu seu discurso contra as citadas organizações e tentou difamar sua luta.
O neto recuperado, Guillermo Pérez, rejeitou estas declarações e manifestou a sua preocupação pela existência de candidatos ao governo desta nação que negam o que aconteceu durante o regime que fez desaparecer 30 mil pessoas, incluindo os seus pais.
Me emociona muito ouvir expressões como o que aconteceu naqueles anos foram apenas “excessos”. Não foram excessos, mas crimes contra a humanidade e um plano sistemático destinado a manter os filhos das vítimas naquela ditadura genocida, afirmou.
Os legisladores estão analisando a modificação do artigo 213 do Código Penal para fortalecer o enfrentamento a esses comportamentos, o estabelecimento de penas de três meses a dois anos de prisão, multas, demissões e inabilitação para exercício de cargos públicos por 10 anos, entre outras ações.
Além disso, estudam recursos para evitar que aqueles que alegam terrorismo de Estado sejam candidatos a cargos eletivos e debatem a criação de um Observatório de Convivência Democrática cujos objetivos serão desenhar ações acadêmicas contra o discurso de ódio e a violência.
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