A permissão para que a presidenta deixasse o país de 14 a 18 de novembro foi aprovada por 63 legisladores, com 47 votos contra e cinco abstenções, de um total de 130 membros do Congresso.
O pedido de aprovação da viagem, cujo objetivo é participar da 30ª Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), foi solicitado em um breve discurso por González Olaechea.
O Ministro das Relações Exteriores argumentou a importância da reunião na qual Boluarte receberá a presidência pro tempore do Fórum e acrescentou que o Secretário de Estado Adjunto dos Estados Unidos, que ele disse ser seu amigo, garantiu-lhe que essa atividade está na agenda do presidente anfitrião da reunião, a ser realizada na cidade de São Francisco.
Ele aludiu tacitamente à recente viagem de Boluarte aos Estados Unidos para participar de uma reunião de países latino-americanos, convocada pelo presidente Joe Biden, na qual a reunião bilateral entre ela e seu homólogo anfitrião não constava da agenda oficial.
Isso gerou reprovações generalizadas que foram repetidas por vários dos congressistas no debate sobre a autorização, um dos quais acusou a presidenta de mentir para o país, o que fez com que a ministra das Relações Exteriores anterior, Ana Cecilia Gervasi, tivesse que renunciar em decorrência do escândalo.
González Olaechea acrescentou que, durante sua estada nos Estados Unidos, a presidente peruana se reunirá com executivos de grandes empresas e prometeu apresentar um relatório ao Congresso sobre os resultados da viagem.
A maioria dos oradores se manifestou contra a viagem, enquanto a legisladora de esquerda Silvana Robles disse que, se o Congresso autorizar sua viagem novamente, “ela deveria assumir a vergonha internacional”.
No entanto, as bancadas do bloco legislativo de extrema direita e alguns de seus aliados obtiveram uma maioria relativa a favor da visita, embora tenham compartilhado as críticas ao que consideram ser as visitas anteriores fracassadas de Boluarte ao Vaticano, à Itália, à Alemanha e às Nações Unidas.
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