O diretor do Museu de Belas Artes, Jorge Fernández, presente na inauguração, expressou que não pode haver diplomacia sem cultura.
Acho que quando as linguagens políticas ficam tensas, quando há tensões, a linguagem da arte transcende tudo, disse Fernández.
Da arte é possível compreender a espiritualidade humana, a sensibilidade e é isso que esta exposição também procura, acrescentou.
Até a própria vanguarda russa sempre colocou o abstrato no centro das suas atenções, comentou Fernández.
Quando Malevich, representante do Suprematismo (atual defensor da abstração), disse: ‘vamos trabalhar com pura sensibilidade’, outros expressaram: ‘Só vejo cubos e quadrados’, o artista então respondeu: ‘esses cubos e quadrados estão cheios de significância’, narrou o diretor da instituição.
Nas palavras de abertura desta exposição, Fernández também contou quando Malevich, numa das suas apresentações, lhe apontaram que a sua obra era um deserto, e o artista russo respondeu: ‘mas o deserto cresce’.
E isso se reflete aqui nesta exposição com esses artistas abstracionistas, acrescentou.
Segundo o diretor da prestigiada instituição, algo importante que a arte contribui para a nossa região e para a criação universal é o contexto, as raízes, as identidades.
Estes elementos de nacionalidade estão presentes em cada uma destas produções abstratas; Neles poderia estar a nação, o território, inclusive, desde a mais absoluta privacidade, declarou Fernández.
Parece-me que esta é a possibilidade de cada um destes criadores, de pensar um território, a partir da sua sensibilidade e subjetividade, de sentir Cuba, como a de Martí, a de José María Heredia, e tantos poetas e pensadores cubanos que nós precedemos, concluiu o diretor do Museu Nacional de Belas Artes.
A vice-diretora de Assuntos Consulares e Atenção aos Cubanos Residentes no Exterior do Ministério das Relações Exteriores, Laura Pujol, afirmou que as produções pictóricas expostas nesta exposição fazem parte da vida cultural de nossa nação, porque a migração é um fenômeno inerente à idiossincrasia. deste país caribenho.
O ‘Território para pensar além da arte e das cartografias’ foi inaugurado no âmbito do Festival Cultural ‘Cuba Va Conmigo’, antecedendo a IV Conferência ‘A Nação e a Emigração’.
Este concurso com artistas cubanos residentes no exterior acontece em meio às atividades de homenagem ao 45º aniversário do Diálogo de 78, evento que marcou as relações entre a ilha e sua migração.
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