Segundo a Secretaria de Direitos Humanos, a audiência terá início às 10h, horário local, e o processo se concentrará nos crimes cometidos contra metalúrgicos e cidadãos na cidade de Villa Constitución, em março de 1975. É um caso emblemático porque aborda a responsabilidade corporativa por crimes deste tipo. Entre os acusados estão os ex-diretores da empresa Industria Argentina de Aceros (Acindar), Roberto Pellegrini e Oscar Torralvo, identificados pelos sobreviventes como o elo entre aquela entidade e as forças repressivas, disse a referida organização.
Junto com eles, ex-integrantes do Exército, da Polícia Federal e Provincial e da Prefeitura Naval são acusados de privação ilegal de liberdade, tortura, associação ilícita e homicídios cometidos após 20 de março de 1975, acrescenta.
Em declarações à agência de notícias Télam, o procurador da Unidade de Direitos Humanos de Rosário, Adolfo Villate, explicou que este é o primeiro caso na região em que se investigam as ligações e a responsabilidade de uma empresa nos atos repressivos praticados em épocas anteriores; mas, ligada à última ditadura civil-militar neste país (1976-1983).
Naquela época, José Alfredo Martínez de Hoz era o chefe da Acindar e mais tarde tornou-se Ministro da Economia do regime.
Segundo a investigação judicial, os ataques contra o movimento operário naquele local foram uma espécie de preâmbulo do que um ano depois se espalharia por toda a Argentina, após o golpe de Estado contra a então presidente María Estela Martínez, acrescentou.
Durante os últimos 40 anos, 1.200 perpetradores de genocídio foram condenados neste país pela sua responsabilidade no terrorismo de Estado.
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