No primeiro dia de sessões do tribunal convocado por organizações políticas, sociais e jurídicas da Europa e dos Estados Unidos, alguns testemunhos emocionaram a sala de audiências, como o de mães cubanas de crianças que sofrem de câncer.
Com suas declarações, elas denunciaram as dificuldades enfrentadas pelo governo para adquirir medicamentos essenciais para o tratamento de seus filhos.
Também da ilha, a cientista Belinda Sanchez, uma das criadoras das vacinas contra a Covid-19, destacou os obstáculos que o cerco econômico, comercial e financeiro impõe ao acesso a reagentes e recursos para pesquisa e produção.
Vinda dos Estados Unidos, a organização Puentes de Amor compartilhou com o tribunal internacional as dificuldades que encontram em seu trabalho humanitário, que muitas vezes é limitado no campo pediátrico pelos regulamentos derivados do bloqueio, que impedem a venda de medicamentos e suprimentos médicos destinados à maior das Antilhas.
Venho aqui para pedir ao governo dos Estados Unidos que suspenda o bloqueio e retire Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo, pois o que vi lá é muito diferente do que me contaram quando criança, disse Brenda López, uma jovem do movimento Manos Fuera de Cuba (Mãos fora de Cuba), com sede em Los Angeles.
Por sua vez, o presidente da Cuba Coopération France, Víctor Fernández, explicou o impacto extraterritorial da política hostil de Washington sobre a implementação de projetos na França e na Espanha para acompanhar o desenvolvimento socioeconômico da ilha.
Em particular, ele abordou a recusa dos bancos em fazer transferências para o país caribenho, mesmo em casos de ajuda humanitária em face dos furacões, forçando alternativas onerosas.
Empresários como Juan Francisco (Espanha) e Michele Curto (Itália) apresentaram exemplos concretos dos danos causados pelo bloqueio à atividade comercial, que afeta todos os elos da cadeia logística.
Em uma mensagem de vídeo, o ex-ministro das Relações Exteriores da Dinamarca e presidente da Assembleia Geral da ONU em 2015 e 2016, Mogens Lykketoft, apontou a extraterritorialidade do cerco em vigor há mais de 60 anos e as consequências dessa política para o desenvolvimento socioeconômico do país caribenho.
Outras testemunhas denunciaram os obstáculos impostos pelo bloqueio à cooperação acadêmica entre a Bélgica e Cuba e aos intercâmbios culturais e parlamentares da ilha com o mundo.
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