“A solidariedade não pode ser bloqueada como os alimentos, os medicamentos e até o oxigênio no meio da pandemia de Covid-19, como aconteceu com Cuba pelo Governo dos Estados Unidos”, disse o Dr. Émer Valderrama, presidente deste movimento social em Cochabamba, saudando mais de cem delegados.
Valderrama destacou a presença do embaixador cubano, Danilo Sánchez, do funcionário do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (Icap) Junior Bolaños, funcionários dessa legação diplomática e membros do movimento de solidariedade de La Paz, Cochabamba, Pando, Oruro, Tarija e os Beni, a propósito do sétimo aniversário da partida física do autor de A História me Absolverá.
Da mesma forma, participaram especialistas do Ministério da Saúde, médicos formados em Cuba, cubanos residentes no país serrano e filhos de mártires da guerrilha de Che Guevara neste país.
A ovação foi provocada pela presença de Efraín Quicáñez (Negro José), um veterano revolucionário que cumpriu a missão de retirar do país serrano os três guerrilheiros cubanos que sobreviveram às façanhas de Che na Bolívia em 1967.
Falando em nome do Icap, Bolaños agradeceu ao movimento boliviano pela sua permanente solidariedade na luta contra o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos à ilha, e pela exigência de que o Governo desse país retire o nome de Cuba do lista unilateral de países que promovem o terrorismo.
Transmitiu aos presentes o agradecimento do Herói da República de Cuba e presidente do Icap, Fernando González, e explicou os desafios do movimento de solidariedade na atualidade.
Um momento particularmente emocionante foi a leitura, por parte de Bolaños, do Decreto Presidencial que apoia a atribuição póstuma da Medalha da Amizade post-mortem a Fernando Campero pelo seu notável desempenho ao longo de décadas em solidariedade com Cuba.
Este reconhecimento foi entregue à viúva de Campero pelo Embaixador Sánchez.
Ao agradecer esta condecoração póstuma, a ex-ministra da Saúde e ex-embaixadora em Cuba, Ariadna Campero, destacou a notável carreira revolucionária do seu pai e a sua dedicação à solidariedade com Cuba desde o início da década de 1960.
Nas conclusões, o Embaixador Sánchez enfatizou que a solidariedade para romper o bloqueio hoje deve ser concreta e destacou a colaboração alcançada entre os dois países na pecuária, na agricultura, nos avanços na indústria médico-farmacêutica e em outros setores.
Sánchez descreveu como “a notícia das notícias” o recente início dos voos regulares semanais da Boliviana de Aviación (BOA) para Havana.
Lembrou que a abertura desta rota foi no dia 26 de outubro e, a partir de então, todas as quintas-feiras um avião voa para Havana e retorna às sextas-feiras.
A aspiração, explicou, é que através desta rota haja um maior intercâmbio bilateral de passageiros, pelo que apelou aos diferentes grupos de solidariedade para que desenvolvam propostas que contribuam para manter a maior presença de viajantes nesta rota.
Considerou a recente presença cubana na Feira Internacional de Santa Cruz (Expocruz) como mais uma importante possibilidade para aumentar a cooperação bilateral, o que abre possibilidades na pecuária, na agricultura e na indústria médico-farmacêutica, onde se começam a ver resultados concretos, como expressou.
Após a sessão plenária, dois grupos de trabalho debateram o fortalecimento orgânico do movimento de solidariedade com Cuba na Bolívia, e como combater o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos e a exclusão do nome de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo.
Estes pontos foram incluídos na declaração final do encontro, que encerrou com um encontro cultural que incluiu a exibição do audiovisual Por Siempre Fidel.
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