Benavides foi convocado pela diretoria, que tem o poder de suspender a autoridade máxima do Ministério Público em meio ao “terremoto político”, como descreveu o deputado Elvis Vergara, desencadeado pela denúncia do grupo especial anticorrupção criado pelo promotor. A chamada “Operação Valquíria 5” (emulando uma tentativa militar de execução do ditador nazi Adolf Hitler), começou esta manhã, quando dezenas de polícias invadiram várias instalações e a sede do Ministério Público.
Os promotores e a unidade policial anticorrupção prenderam um dos assessores de Benavides, Jaime Villanueva, seu braço direito, nessa operação.
Na sede do Ministério Público foram coletadas documentação e material eletrônico que podem conter informações importantes para as investigações, segundo fontes do Ministério Público.
Também na madrugada, Benavides demitiu a promotora Marita Barreto, chefe da equipe anticorrupção desde que criou o grupo especial após tomar posse em julho de 2022.
O grupo anticorrupção usa como prova diálogos por mensagens na Internet entre assessores do procurador questionado, parlamentares e outros interlocutores, nos quais conspiram a partir de posições políticas de extrema direita.
Os participantes concertaram ações que levaram o Congresso a demitir a ex-procuradora da Nação, Zoraida Ávalos, por uma suposta violação constitucional, em troca do encerramento das investigações de parlamentares por corrupção e outras acusações.
Da mesma forma, segundo as investigações, conseguiram que o Legislativo nomeasse Josué Gutiérrez como Provedor de Justiça, para presidir a comissão encarregada de nomear os membros do Conselho Nacional de Justiça.
A designação, indicam os procuradores, está ligada à consulta prévia aos grupos parlamentares e à destituição dos atuais membros do JNJ através de um processo em curso.
A “Operação Valquíria 5” começou após a substituição, ordenada por Benavides, dos procuradores que investigam ou acusam ex-governantes e figuras políticas importantes de lavagem de dinheiro ou corrupção. npg/mrs/ls