Segundo a estatal Agência Brasil, no evento, que começou na véspera no estado de São Paulo, os titulares das pastas responsáveis pelas ações antidiscriminatórias no Brasil, nos Estados Unidos e no Canadá destacaram a importância de ter informações que permite um diagnóstico confiável para a elaboração do projeto.
A ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, ao falar sobre os planos, destacou que o primeiro passo foi levantar informações a partir das estatísticas e ouvir a população, para depois traçar as ações a serem desenvolvidas.
“Olhando para a realidade da população negra como um todo, tivemos que, primeiro, coletar dados. Não se pode ser leviano e pensar políticas públicas dentro de um galinheiro sentado, sem estar na rua, ouvindo a população”, disse ele no fórum realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
O site garante que, com base nesse discurso, a representante para a Igualdade Racial do Departamento de Estado norte-americano, Desirée Cormier Smith, também enfatizou a hierarquia da informação de qualidade para embasar as políticas públicas.
É impossível resolver um problema que você não sabe que existe, observou ela no primeiro painel do evento.
“Não se pode ajudar uma comunidade que não foi contabilizada. A falta de dados serve para invisibilizar muitos seres humanos. Se não fosse pelos dados, não saberíamos que os negros nos Estados Unidos estão sobrerepresentados no nosso sistema prisional”, ele exemplificou.
Por sua vez, o Ministro da Diversidade, Inclusão e Deficiência do Canadá, Kamal Khera, destacou a importância dos dados para a implementação e avaliação dos resultados das políticas.
“A menos que implementemos as políticas com os dados que temos e tenhamos um diagnóstico dos resultados para ver para onde vamos, teremos todas estas conversas sobre o que queremos, mas não conseguiremos ver resultados tangíveis, ver impacto nas comunidades”, enfatizou.
Sob o lema Uma corrida ao topo: colocar a equidade e a justiça racial na vanguarda das agendas de desenvolvimento, o fórum – que decorre até amanhã – também lançará as bases para melhorar o projeto “Rota dos Povos Escravizados” da UNESCO”, que irá lançar uma série de comemorações em 2024 pelo seu 30º aniversário.
Um tal programa fornecerá análises concretas e continuará a documentar acontecimentos históricos e locais de memória, mas também ligará isto às tendências atuais do racismo sistémico.
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