O documento, divulgado pelo Departamento de Estado, não constitui, como esclarece, “um novo anúncio relativamente a tais designações”, mas sim uma espécie de revisão que a Casa Branca é obrigada a notificar o Congresso todos os anos.
No capítulo 2 – dedicado aos alegados patrocinadores estatais do terrorismo – mantêm Cuba ao lado da República Popular Democrática da Coreia, do Irão e da Síria.
Cuba foi incorporada nessa lista em junho de 2020, que serviu de base para meses depois, em 11 de janeiro de 2021, ser designada em outra das listas arbitrárias: a dos Estados patrocinadores do terrorismo.
A poucos dias do final do seu mandato, o então presidente Donald Trump (2017-2021) deu o golpe de misericórdia à sua política de pressão máxima contra Cuba.
O secretário de Estado de Trump, Mike Pompeo, voltou a incluir o país caribenho numa relação da qual a administração de Barack Obama (2009-2017) o havia retirado em 2015.
A nação antilhana foi incluída pela primeira vez na lista daqueles que supostamente apoiam o terrorismo em 1982.
No entanto, Cuba reiterou a sua atitude transparente e impecável na luta contra o terrorismo.
Tal como expresso num comunicado do chanceler a propósito do relatório de 2021, trata-se de uma acusação totalmente infundada e utilizada para fins políticos, que tenta justificar os ataques contra a ilha, incluindo o desumano bloqueio econômico, comercial e financeiro.
A declaração também rejeitou naquela altura a prática unilateral e selectiva dos EUA de destacar países em listas arbitrárias no que diz respeito ao terrorismo, o que carece de legitimidade e é contrário ao Direito Internacional e à Carta das Nações Unidas.
Segundo dados oficiais, Cuba foi vítima de 713 atos terroristas ao longo das décadas, a maioria deles organizados, financiados e executados sob a égide do próprio Governo dos Estados Unidos ou por indivíduos e grupos que atuam impunemente a partir deste território.
Estima-se que 3.478 pessoas perderam a vida e 2.099 ficaram incapacitadas devido a acontecimentos desta natureza.
A embaixada cubana em Washington foi alvo de dois ataques terroristas nos últimos três anos (2020 e 2023) e o Governo dos Estados Unidos ainda não reconheceu a natureza destes actos.
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