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Saúde e mudanças climáticas debatidas pela primeira vez mundialmente

Saúde e mudanças climáticas debatidas pela primeira vez mundialmente

Dubai, 3 dez (Prensa Latina) A saúde e a mudança climática têm hoje, pela primeira vez, um dia nas atividades de uma COP para aumentar a visibilidade do tema e fortalecer os sistemas de saúde diante de eventos que causam perdas de vidas humanas.

A coordenadora da Aliança para Ação Transformadora sobre Clima e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Elena Villalobos, disse em uma entrevista durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) que o Dia da Saúde pode ser um argumento para maior ambição nos compromissos de redução de emissões.

Villalobos, que trabalha na equipe há 15 anos, revelou que no início foi muito difícil explicar que era importante abordar os efeitos da crise climática na saúde humana, e que a OMS está trabalhando para tornar isso visível.

Ele confirmou que, pela primeira vez, haverá também uma reunião ministerial envolvendo cerca de 50 ministros da saúde de todo o mundo e uma declaração sobre mudança climática e saúde assinada por mais de 100 chefes do setor.

“É um chamado a todos os líderes mundiais para que assumam compromissos ambiciosos para resolver o problema que já está nos afetando”, enfatizou.

Ele mencionou que, dependendo do país, é o tipo de impacto que a mudança climática tem sobre a saúde. Em países como Espanha e Portugal, há incêndios florestais e ondas de calor, sendo que estas últimas também afetam a África e o Oriente Médio e são a causa da morte de muitas pessoas.

Ele também alertou sobre o aumento de doenças infecciosas, como a dengue e a malária. Em toda a América Central e no Caribe, há muitos episódios de dengue que estão enfraquecendo nossas crianças.

Ele ressaltou que a desnutrição está ligada à qualidade da água e é uma das causas de mortes por diarreia em crianças nos países africanos. Portanto, dependendo do contexto, os impactos estão em toda parte, mas são diferentes, enfatizou.

Referindo-se a como a mudança climática pode reverter o progresso no setor, ele lembrou que a pandemia de Covid-19 mostrou que, se não houver antecedentes, nem força nos sistemas de saúde para reagir a eventos inesperados, como uma onda de calor ou outros extremos, como um ciclone ou inundação, esses sistemas entram em colapso.

“Isso é o que já está acontecendo se não investirmos nos sistemas de saúde”, alertou.

Em nome da OMS, ele expressou otimismo de que a questão da saúde permitiria que os líderes reunidos na COP28 avançassem em direção a uma reunião das nações. Se investirmos em saúde, poderemos reduzir o custo econômico de lidar com essas questões.

A cada ano, acrescentou, sete pessoas morrem devido à exposição à poluição ambiental, daí a necessidade de implementar mais medidas de transporte e planejamento urbano que reduzam essas emissões.

Estaremos fazendo um favor à economia se tivermos uma população mais saudável, citando dados que garantem que os investimentos em saúde renderão o dobro do benefício econômico do valor gasto.

mem/nmr/mb

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