Abandon Biden (Abandonem Biden) é o movimento que ganhou vida neste fim de semana por membros de comunidades muçulmanas de vários territórios do país que se reuniram em Michigan para alertar que podem prejudicar os esforços de reeleição do presidente democrata em dois pontos-chave: os estados indecisos e o voto muçulmano.

O objetivo da campanha é tentar captar os eleitores que professam o Islão em torno da mesma mensagem: “A posição da Administração (Biden) na guerra israelita é uma linha vermelha para todos os muçulmanos estadunidenses”.

Junto com os ativistas de Michigan, outros do Arizona, Geórgia, Minnesota, Wisconsin, Flórida, Pensilvânia, Carolina do Norte e Nevada participaram do evento.

“O sangue das crianças palestinas é uma linha vermelha e faremos todo o possível para garantir que Biden seja um presidente de um mandato como resultado de seu genocídio contra os palestinos em Gaza”, disse o advogado de Tampa em seu relato no X. Hassan Shably .

Embora as últimas sondagens mostrem o presidente como vencedor nas primárias do Partido Democrata, a margem da sua derrota num possível frente a frente com Donald Trump, o seu previsível rival republicano, parece estar a aumentar, indicam alguns relatórios.

No início de Novembro, uma sondagem do The New York Times e do Siena College concluiu que Trump o liderou numa série de confrontos hipotéticos entre eleitores registados em quatro estados-chave.

A sondagem determinou, no Nevada, que Biden venceu por uma margem mínima nas eleições presidenciais de 2020, o republicano tem 52% de apoio contra 41% do democrata.

Entretanto, o ex-governador (2017-2021) também ultrapassou Biden na Geórgia, estado onde tentou anular as últimas eleições há três anos, no Arizona e no Michigan.

O estudo de opinião, segundo analistas e meios de comunicação social, serviu para medir o pulso político nacional face à proximidade das primárias do próximo ano e das eleições de Novembro.

De acordo com uma pesquisa da Lake Research Partners compartilhada com a NBC News, apenas 16% dos democratas muçulmanos votarão em Biden em Michigan.

Em 2020, o Conselho de Relações Americano-Islâmicas afirmou que 69% dos muçulmanos escolheram Biden, enquanto 17% escolheram Trump.

Por seu lado, o Instituto Árabe Estadunidense situou esse apoio em 59% a Biden, no entanto, no final de Outubro (o primeiro mês da guerra de Israel contra o Movimento de Resistência Islâmica Hamas em Gaza) o número caiu para 17%.

“Nos 26 anos em que pesquisamos os eleitores árabes-estadunidenses, esta é a primeira vez que a maioria não diz que prefere o Partido Democrata”, revelou a pesquisa do Instituto, comentando que 32% deram o seu apoio aos republicanos e 23% aos Democratas.

A apresentação de Abandon Biden é a expressão mais recente de uma série de manifestações de descontentamento em relação ao Partido Democrata desde as suas bases muçulmanas, bem como de alguns setores progressistas pelo seu apoio a Israel.

Mas Biden reiterou que esse apoio é inabalável. Numa visita rápida a Tel Aviv, dias depois do ataque surpresa do Hamas ao território israelense, o presidente afirmou que “enquanto os Estados Unidos existirem, e nós existiremos para sempre, nunca os deixaremos em paz”.

Fontes de saúde em Gaza asseguram que após o fim de uma trégua recente, 190 palestinos, a maioria deles mulheres e crianças, perderam a vida devido às incursões do Exército israelense naquele enclave costeiro, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas.

A contagem total ascende a mais de 15 mil mortos e quase 37 mil feridos desde o início, em 7 de Outubro, desta nova agressão israelense contra os territórios palestinos ocupados.

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