A diretora-executiva da agência, Catherine Russell, alertou para o alto número de crianças que vivem presas em crises cada vez mais complexas e de maior escala, exigindo mais recursos para responder.
Segundo o Unicef, o fundo irá para 155 países, já que o planeta é cada vez mais afetado por conflitos brutais, pobreza, polarização e os efeitos da crise climática.
“Com financiamento flexível e previsível, o Unicef e seus parceiros podem ajudar rapidamente as crianças necessitadas a partir do momento em que uma emergência acontece, enquanto se preparam para salvar e melhorar vidas diante de riscos futuros”, disse Russell.
A UNICEF alertou para o impacto generalizado em áreas afetadas pela violência, com um alto custo psicológico e aumento do risco de exploração e abuso para crianças.
Em áreas de conflito, as crianças enfrentam as duras realidades de violência e deslocamento, enfrentando ameaças diárias de danos físicos, traumas emocionais e interrupção de sua educação e serviços essenciais, acrescentou.
Ao mesmo tempo, outras ameaças, como as mudanças climáticas, impactam a intensidade das emergências.
Em regiões que lutam contra esta crise, as crianças suportam o peso dos desafios ambientais, representando um perigo adicional para a sua saúde, criando insegurança alimentar e hídrica e limitando o acesso à educação.
Dados do Fundo para a Infância revelam que, no primeiro semestre de 2023, o financiamento inflexível e desigualmente distribuído em emergências desafiou mais uma vez a capacidade dos atores humanitários de responder às necessidades crescentes.
Metade do financiamento está concentrada em apenas cinco emergências: Afeganistão, Ucrânia e a resposta regional aos refugiados, a República Árabe Síria, os países que acolhem refugiados sírios e a Etiópia.
Por outro lado, a resposta humanitária às trágicas consequências da escalada das hostilidades em Gaza exigiu US$ 1,2 bilhão por apenas três meses, e há o risco de desviar recursos de outras emergências.
Para o próximo ano, as prioridades do apelo são o Afeganistão, com US$ 1,44 bilhão; refugiados sírios e outras populações vulneráveis, com 860 milhões; Sudão, com US$ 840 milhões; a República Democrática do Congo, com US$ 804 milhões; junto com a Ucrânia e a resposta aos refugiados com 580 milhões de dólares.
Enquanto as emergências subfinanciadas incluem Sudão, Burkina Faso, República Democrática do Congo, Mianmar, Haiti, Etiópia, Iêmen, Somália, Sudão do Sul e Bangladesh.
ro/ebr/glmv