Mais de 15,4 milhões de pessoas são convocadas ao plebiscito deste domingo, o segundo realizado nos últimos 15 meses para tentar dotar o país de uma nova lei magna.
Todas as pesquisas aqui conhecidas antes da proibição de publicação de estudos de opinião deram vantagem à opção contra a aprovação, embora nas últimas semanas a distância entre as duas tenha diminuído.
Por outro lado, ainda não se sabe como votarão cerca de cinco milhões de indecisos ou desinteressados no processo, que participarão no referendo porque o voto é obrigatório.
A proposta da Carta Magna foi rejeitada por amplos setores, especialmente pela centro-esquerda, pelos sindicatos e pelas mulheres, por conter capítulos que constituem um retrocesso nas conquistas aqui alcançadas.
Entre as mais polêmicas está a que introduz o conceito de “defender a vida de quem está para nascer”, que põe em causa a lei da interrupção voluntária da gravidez por três motivos: violação, inviabilidade fetal ou perigo para a vida da mãe.
A eliminação do direito à greve, a redução das contribuições para as comunas e a atribuição de estatuto constitucional aos Administradores de Fundos de Pensões e aos seguros de saúde privados são também o epicentro das críticas.
O ex-membro do Conselho Constitucional do partido Convergência Social, Yerko Ljubetic, alertou recentemente que o texto que surgiu daquela instância, onde a direita e a extrema direita tinham maioria, é pior do que o imposto durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
“Estamos entre o mal e o pior”, disse Ljubetic. Pelo contrário, os defensores do projeto argumentam que este inclui preocupações dos cidadãos, como a crescente insegurança ou a migração irregular, que culpam pelo aumento da criminalidade.
O Serviço Eleitoral apelou aos cidadãos para que votassem em paz, sem violência e respeitando o direito de escolha dos outros.
npg/car/cm