Fontes diplomáticas garantiram aos meios de comunicação que o atraso se deve à recusa da delegação dos Estados Unidos em apoiar o fim das hostilidades.
O órgão de segurança votaria mais uma vez o projeto de resolução apresentado pelos países árabes que obteve a aprovação de 153 estados membros na semana passada na Assembleia Geral.
Embora a maioria do fórum tenha reconhecido a urgência de um cessar-fogo, as resoluções aí aprovadas não são vinculativas.
O texto foi anteriormente vetado pelos Estados Unidos no Conselho, apesar da urgência do contexto e do apelo do Secretário-Geral, António Guterres, para solicitar a cessação definitiva.
Pela primeira vez desde que assumiu o cargo, o chefe das Nações Unidas invocou o artigo 99.º da Carta da ONU para apelar ao fim da crise desencadeada em 7 de outubro.
Guterres utilizou este recurso que lhe permite chamar a atenção do Conselho para qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais.
A população civil do enclave “está olhando para o abismo”, advertiu o alto representante, apelando à comunidade internacional para que faça todo o possível para pôr fim à sua terrível experiência.
O chefe da ONU instou o órgão de segurança a não poupar esforços para promover a cessação das tensões, a proteção dos civis e a entrega urgente de ajuda para salvar vidas.
No dia 8 de dezembro, o projeto recebeu a aprovação de 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança e o copatrocínio de mais de 100 países representados na ONU, incluindo Cuba, mas o veto da representação norte-americana o fez fracassar.
Segundo fontes diplomáticas, a mudança na data da votação para esta terça-feira deve-se às negociações em curso sobre a formulação precisa da resolução e a algumas divergências entre Washington e o seu principal aliado no Oriente Médio.
Em vez de simplesmente vetar a resolução, como fez em duas ocasiões anteriores desde 7 de outubro, estas versões divulgadas pela mídia garantem que os Estados Unidos poderiam aceitar uma “suspensão” das hostilidades no projeto.
O texto original exige uma solução humanitária imediata, um cessar-fogo e a libertação incondicional de reféns, bem como mais acesso humanitário. lam/ebr/ls