A proposta visa melhorar a renda dos aposentados, muitos dos quais recebem valores abaixo da linha da pobreza após décadas de trabalho.

Desde a época da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), as contribuições dos trabalhadores têm sido geridas por empresas denominadas Administradoras de Fundos de Pensões (AFP), que em alguns casos são uma extensão das empresas transnacionais.

Estas entidades lucram com os fundos sob os seus cuidados e obtêm grandes lucros, mas pagam montantes muito baixos aos seus membros.

Um dos pontos de divergência entre o governo e os partidos políticos de direita é o destino dos seis por cento adicionais que os empregadores devem contribuir para aumentar a renda dos aposentados.

A ministra do Trabalho, Jeannette Jara, anunciou nas redes sociais a sua intenção de dar aos deputados uma fórmula chamada 1-2-3.

Significa que uma parte desses seis por cento servirá para fortalecer o emprego formal das mulheres; dois irão para a caixa de poupança individual dos trabalhadores, que é intocável e pode ser herdada; e os três restantes para a segurança social.

Esta última parcela funcionará como um mecanismo de solidariedade para começar imediatamente a melhorar os salários mais baixos e a aumentar a qualidade de vida dos seus beneficiários.

A direita, no entanto, insiste que todos esses seis por cento vão diretamente para o fundo de poupança individual, o que significaria uma grande injecção de capital para as AFP encarregadas, como o seu nome indica, de gerir esse dinheiro em seu próprio beneficio.

Diego Ibáñez, presidente da Convergência Social, apelou na véspera à oposição para deixar de ser porta-bagagens daqueles que hoje não querem que nada mude, aludindo ao extremista Partido Republicano.

“Acredito que o que o Chile rejeitou no plebiscito é justamente essa forma de fazer política intransigente, hoje precisamos de acordos”, acrescentou.

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