“Jair Bolsonaro ainda não foi preso. Porque ele é o arquiteto de tudo isso, o líder de tudo isso”, disse Francisco Fonseca, professor de ciência política da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, citado pelo site Brasil de Fato.
Ele disse que o ex-militar “não só atentou contra a democracia durante todo o seu período de governo (2019-2022), mas que continua tentando fazer isso. Não acho que isso possa acontecer novamente”, disse ele.
O acadêmico da Fundação Getulio Vargas disse que “há riscos, mas a sociedade brasileira está muito mais mobilizada do que antes”.
Há um ano, apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram e saquearam os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo, sob pedidos de intervenção militar e em repúdio à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o professor, “a extrema direita é golpista e em 8 de janeiro de 2023 provou isso. Houve, sim, uma tentativa de golpe. Jair Bolsonaro tentou dar inúmeros golpes durante seu mandato, mas o último foi no dia 8 de janeiro. Um golpe mal arranjado”, afirmou.
Os julgamentos dos envolvidos nos episódios antidemocráticos continuam e 30 réus foram condenados a penas de prisão que variam de três a 17 anos.
Os sancionados respondem pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, associação criminosa armada, dano agravado e deterioração de propriedade demolida.
A esse respeito, a professora Mayra Goulart, de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro, garantiu que “as instituições, embora com muito atraso, conseguiram transmitir a mensagem” de que nesta sociedade há um compromisso com a democracia e o Estado de Direito. E que as tentativas de suprimir o estado de direito serão punidas”, disse ele.
Para Goulart, o ex-capitão do exército já estava minando o estado democrático de direito enquanto atuava como deputado federal e continuou a fazê-lo depois de se tornar presidente, influenciando ainda mais os apoiadores fanáticos.
O político de extrema direita, que teve seus direitos políticos suspensos por oito anos (2030) por abuso de poder e uso indevido da mídia para deslegitimar o sistema eleitoral, está sendo investigado por supostamente incitar ataques.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre os eventos antidemocráticos acusa 61 pessoas, incluindo Bolsonaro, de invasão de patrimônio público.
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