A chefe do Serviço de Informação do Estado, Diaa Rashwan, descreveu como mentirosas as alegações apresentadas pela equipa de defesa israelita perante o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) sobre a alegada decisão do Egito de impedir a passagem de ajuda através da fronteira de Rafah.
Depois de ser acusado de provas documentadas de crimes de guerra e genocídio perante o TIJ, Israel recorreu a “levantar acusações contra o nosso país numa tentativa de escapar à sua provável condenação pelo tribunal”, disse Rashwan num comunicado.
O responsável lembrou que membros do Governo daquele país, incluindo o Primeiro-Ministro e os chefes da Defesa e Energia, confirmaram dezenas de vezes em declarações públicas que não permitiriam a entrada de produtos vitais no enclave costeiro.
A nossa soberania nacional estende-se apenas ao lado egípcio da passagem fronteiriça de Rafah, enquanto o outro lado, em Gaza, está sujeito à autoridade da ocupação real, sublinhou.
A este respeito, destacou que em inúmeras ocasiões o Cairo afirmou que “a passagem de Rafah do lado egípcio está aberta sem interrupção”.
Rashwan esclareceu que os camiões carregados de ajuda viajam do lado egípcio até à passagem de Karm Abu Salem, que liga a Faixa de Gaza e Israel, para serem fiscalizados pelo Exército daquele país, e só então podem entrar no enclave.
As negociações de trégua humanitária que terminaram com um cessar-fogo de uma semana em Novembro passado “testemunharam extrema intransigência por parte de Israel ao determinar a quantidade de ajuda que permitiria”, sublinhou.
A este respeito, destacou que numerosos funcionários da ONU visitaram Rafah nos últimos três meses, mas, indicou, nenhum pôde entrar na Faixa devido à recusa israelita.
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