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Itália nega extradição para a Argentina de padre acusado de crimes

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Itália nega extradição para a Argentina de padre acusado de crimes

Roma, 13 jan (Prensa Latina) A surpresa e a frustração prevalecem hoje entre os grupos de direitos humanos, após a oposição do ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, à extradição para a Argentina do clérigo Franco Reverberi, acusado de crimes durante a ditadura.

Segundo uma análise publicada este sábado no site do jornal Il Manifesto, a posição de Nordio contra a transferência para aquela nação sul-americana do ex-capelão militar de origem italiana, para julgá-lo por crimes contra a humanidade, está a causar choque, como uma decisão parecia decisivo, decisão nesse sentido pelo Tribunal de Cassação.

Depois de um processo judicial que durou 12 anos, em julho de 2023 o Tribunal de Recurso da cidade de Bolonha, no norte do país, aprovou a extradição do padre, de origem italiana, alegado participante no assassinato, em 1976, de José Guillermo Berón, um jovem de 22 anos. Militante peronista, bem como atos de tortura.

Em Outubro do ano passado o Tribunal de Cassação italiano opôs-se a um recurso apresentado pelos advogados de Reverberi, e confirmou a decisão do tribunal bolonhês, pelo que só restou a aprovação por Nordio, de acordo com as leis deste país, da decisão judicial.

No entanto, o que parecia uma formalidade acabou por paralisar este processo, pois o ministro considerou que dada a idade avançada do religioso, 86 anos, e os seus alegados problemas cardíacos, a sua transferência para a Argentina poderia ter “consequências fatais”, segundo o documento.

Durante a ditadura militar argentina, de 1976 a 1983, Reverberi foi capelão do VII Esquadrão Escoteiro de San Rafael, na cidade de Mendoza e, segundo a denúncia, participou de torturas e crimes cometidos no centro clandestino conhecido como Casa Departamental.

O processo contra ele começou em 2010, quando o Ministério Público de Mendoza solicitou uma investigação sobre esses fatos, o que foi concedido no ano seguinte, quando o vigário já estava há meses na Itália, morando em Sorbolo, província de Parma, onde nasceu em 1937. Em 2012, a justiça argentina solicitou a sua extradição e o pedido chegou a Roma em 2013.

Na sua opinião para defender a sua posição contra a execução da decisão do Tribunal de Cassação, o Ministro da Justiça italiano argumentou que “a perspectiva de nunca mais regressar ao território italiano” poderia causar a este padre “stress psicológico significativo”.

Agora a Argentina deve decidir se contestará a decisão de Nordio perante os tribunais italianos, algo improvável dado o facto de o novo governo daquela nação, presidido por Javier Milei, questionar o consenso sobre os crimes da ditadura e justificá-los, acrescenta a fonte.

ro/ort/ml

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