2 de November de 2024
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Vladimir Lenin, homem para todos os tempos

Vladimir Lenin, homem para todos os tempos

Moscou (Prensa Latina) O 21 de janeiro de 1924 marcou um antes e um depois na historiografia mundial, depois da morte do político, revolucionário, teórico, filósofo e do líder comunista russo Vladimir Ilich Lenin.

Por Odette Díaz Fumero

Corresponsável na Rússia

A 100 anos de seu falecimento, para muitos historiadores de nível internacional constituí um dos homens mais icônicos e influentes do século XX, graças à análise sobre as leis que originaram o imperialismo, decretadas como a fase superior do capitalismo.

De Lenin também leu as declarações que rondaram a naturalidade e o propósito do Estado, no tempo que desenvolveu tanto na teoria como na prática o tipo de organização profissional dos revolucionários, necessária se o objetivo real fosse levar a fomentar uma Revolução.

E se bem empenhou de toda uma série de recursos intelectuais realizados a propósito das teorias de Karl Marx e Friedrich Engels, levando-o à criação da linha geral no desenvolvimento do marxismo, nomeadamente o marxismo-leninismo, seus principais méritos para a sociedade.

Nesse sentido, o vice-presidente do Comitê Central do Partido Comunista da Federação da Rússia, Dmitry Novikov, em entrevista exclusiva à Prensa Latina expôs as ações fundamentais empenhadas pelo líder bolchevique. “Podemos falar de seus principais méritos históricos. Em primeiro lugar, criou um Partido Comunista fundamentalmente novo e de vanguarda. E este partido foi capaz de levar à vitória. Foi ele quem conduziu os trabalhadores da Rússia, seus operários e camponeses à vitória em outubro de 1917, capaz de levar a cabo a Grande Revolução Socialista de Outubro.

“Em segundo lugar, Lenin com seus partidários e com o Partido Bolchevique, não só foi capaz de fazer a revolução, mas de pôr em marcha esse grande ‘projeto vermelho’, a criação da União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS ), em torno de qualquer maneira, de um modo ou de outro, girou toda a história mundial do século passado”, manifestou o dirigente político.

Novikov precisou que, nos albores de sua existência, Lenin resistiu à intervenção de meia dúzia de potências estrangeiras. E posteriormente levou a cabo a brilhante modernização, industrialização e revolução cultural leninista-stalinista.

Por último, preparou o país para a luta contra o fascismo e o nazismo, batalha onde a URSS, dirigida por José Vissarionovich Stalin, saiu vitoriosa.

LEGADO DE LENIN SIGUE VIVO

No início da década de 1990, o Partido Comunista da Rússia (PCFR) foi proibido no país por decreto do mandato do presidente Boris Yeltsin, registrou o também primeiro vice-presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma Estatal (Câmara Baixa do Parlamento Russo).

A respeito, enfatizou que tendo como premissa o legado leninista depois da intenção de proibição começou então a restauração do partido, e como órgão de oposição.

“Passamos por este caminho com bastante rapidez. O Partido Comunista da Rússia se converteu desde então, há 30 anos, no partido de oposição mais grande e influente de nosso país e manteve esta posição até hoje.

“Os resultados deste trabalho garantem a posição firme do PCFR em nossa sociedade. E isso, com certeza, deve ser feito para que a organização expresse confiança e afirme os interesses dos trabalhadores, da classe trabalhadora, do campesinato e da intelectualidade operária, os interesses dos jovens e dos veteranos”, destacou Novikov.

Também argumentou que, apesar do propósito da propaganda oficial e liberal de direita, assim como de outros setores que tentam minimizar a influência e a história dos comunistas na Rússia, o partido é uma força ideológica e política importante, com grandes esperanças colocadas nos jovens que vem a engrossar suas fileiras.

O PATRIOTISMO DE LENIN NA RÚSSIA ATUAL

“Estou profundamente convencido de que os historiadores, os cidadãos de nosso país, os representantes do movimento comunista internacional continuam valorizando muito afirmando o papel histórico desenvolvido pelos comunistas russos nestas difíceis décadas finais do século passado e princípios do presente, reavivando seu partido e lutando pelo socialismo”, sentenciou o militante do PCFR.

Novikov gravou os duros anos onde o sentimento anticomunista se apoderou da sociedade no ponto de ser perigoso para os veteranos da Grande Guerra Patriótica portar suas ordens por temor a serem massacrado, por permanecer leal à posição antifascista.

Quando a palavra “patriotismo” recuperou sua merecida popularidade na Rússia no início da década de 2000, para muitos era óbvio que não se podia falar de patriotismo e esquecer que as maiores façanhas e conquistas da história de nossa Pátria estão relacionados com a história do socialismo.

“Agora todo o mundo considera que você deve declarar seu patriotismo. E quem quiser parecer um verdadeiro patriota não pode atirar uma pedra em direção à União Soviética, em direção à história soviética.

“A sociedade compreende o que aconteceu com as gerações anteriores de nossos concidadãos, nossos pais e avós fizeram muito para que nosso país fosse forte e justo, para que se convertesse em um farol para os trabalhadores de todo o mundo”, destacou.

Há 100 anos eu parou de bater o coração grande, puro, honesto e forte do fundador do nosso partido, o Partido Bolchevique. Mas sua morte foi o princípio da imortalidade. O legado de Lênin, em vida, enalteceu o dirigente político.

LENIN NA CONSTRUÇÃO SOCIAL GLOBAL

Países como China, Vietnã, Cuba, Venezuela e Nicarágua seguem o curso da construção socialista dos seus sistemas políticos, cada um com os seus especialistas, mas sobretudo mantendo os preceitos do marxismo-leninismo.

Segundo Novikov, um dos principais exemplos internacionais é o Partido Comunista da China, partido no poder desde sua fundação que registrou enormes sucessos na edificação socialista. “Para nós e nossa divulgação na Rússia, é muito importante o destino que o Vietnã, vizinho da China, segue também com confiança no curso da construção do socialismo. O Partido Comunista do Vietnã leva com confiança o timão da direção do país e da sociedade, ganhando grandes cotas no desenvolvimento econômico e social”, ressaltou o dirigente russo.

Também enalteceu a história de Cuba em sua luta para preservar os princípios da Revolução, e sem imposições transferiu suas experiências para outras nações irmãs.

“Sempre destacamos a importância do exemplo da Revolução Cubana no surgimento da figura de Hugo Chávez (Venezuela), na volta ao poder na Nicarágua de Daniel Ortega, no feito de que Lula de Silva e Dilma Rousseff estiveram à frente do Brasil em diferentes períodos.

“Estamos profundamente conscientes do papel dos camaradas cubanos na manutenção da popularidade das ideias de esquerda na América Latina e no mundo em geral”, argumentou Novikov.

Igualmente, comentou como a Havana serviu de exemplo a Moscou em tempos onde o gigante euroasiático enfrentou cerca de 20 mil sanções impostas aos ocidentais, semelhante às medidas unilaterais com as quais os Estados Unidos pretendem asfixiar Cuba desde há mais de seis décadas.

“O Ocidente impôs pelo menos 20 mil sanções diferentes contra a Rússia. Só levou em vigor alguns poucos anos, mas muitas pessoas aqui já compreenderam o que é a pressão organizada do Ocidente. Cuba leva décadas vivendo baixas sanções. Mas resiste e segue fiel à causa do socialismo.

“Tudo isso, em seu conjunto, é também um legado leninista. Quando a atividade de um homem, de seu partido, de seu coletivo recebe tantos grandes seguidores, tantos verdadeiros heróis, significa que esta causa é imortal”, sentenciou.

arb/odf/hb

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